O mercado de estágios pós pandemia

A pandemia foi uma fase obscura vivenciada pelo mundo todo. Ao redor do globo, houve uma média de meio milhão de infecções registradas e 6.776.000 óbitos. Só no Brasil, foram quase 35 milhões de casos confirmados e 700 mil mortes. Isso trouxe uma nova realidade de crise, não somente sanitária, como também social e econômica, as quais, somadas, totalizaram em um mercado de trabalho inconstante em vários sentidos. O ramo de estágios, por estar diretamente ligado a esse meio, se deparou com algumas baixas, mas hoje, em 2022, após esse período turbulento, os sinais de recuperação rodeiam a esfera, veja como.

Os efeitos da pandemia no mercado de estágios

De acordo com dados publicados pela Abres (Associação Brasileira de Estágios), há, no Brasil, 8.537.992 matriculados no ensino médio e técnico, mas apenas 214 mil deles estão estagiando, uma porcentagem de 2,5% do total. Já no ensino superior, dos 8.680.354 estudantes, apenas 686 mil têm essa experiência (7,9%). Ademais, segundo uma sondagem da entidade, o número de pessoas nessa jornada antes da aprovação da Lei n° 11.788/2008 era de 1,1 milhão. Na última verificação, finalizada em fevereiro de 2021, esse total é de 900 mil. Uma queda considerável em 13 anos, a qual pode ter tido o alastro do coronavírus como influência.

“O mercado mudou muito. Os alunos estão em busca de valores de bolsas e benefícios ao invés de uma oportunidade de ingressar no trabalho e adquirir experiência. Dessa forma, não se apresentam para entrevistas, mesmo sendo on-line, e só concordam com a vaga se ausentar esse contato com o concedente”, comentou Elizandra Farias, responsável pela associada da Abres, Energia Mais RH, empresa especializada em serviços de recursos humanos e atuante como agente integrador de estágios. 

A implementação do home office e seus efeitos

Com o isolamento social causado pela proliferação do vírus, o home office foi um método implementado em grande parte das corporações como fórmula efetiva de resolução do problema. Isso trouxe mais comodidade aos colaboradores, proximidade com os outros moradores do lar e diminuição de gastos, tanto por parte do contratante, por não ter de lidar com materiais e contas de um escritório físico, quanto para o empregado, sem precisar se deslocar, enfrentar trânsito e, muitas vezes, custear alimentação fora de casa. Assim sendo, atualmente, mesmo com o controle da situação, alguns empreendimentos optaram por manter esse regime ou transformá-lo em híbrido, onde o funcionário vai até a sede apenas em determinados dias e circunstâncias, os demais permanecem em sua própria residência, atuando de lá.

A Fundação Dom Cabral, em parceria com a Emlyon Business School, da França, e a consultoria Grant Thornton Brasil, realizou uma pesquisa com o intuito de medir a produtividade dos indivíduos ativos no teletrabalho. Houve duas edições, a primeira foi feita em 2020, duas semanas após a divulgação do decreto de calamidade pública no país. Em sua segunda análise, realizada após o anúncio das medidas de quarentena, ouviu profissionais nos cargos de gerente, líder, diretor, sócio ou acionista e CEO ou presidente. O resultado foi de 35,6% dos entrevistados se vendo mais dispostos, contra 31,7% de dois anos atrás. Outros 23,2% afirmaram serem “significativamente mais produtivos”, ante 12,4% em 2020. Contudo, Elizandra apontou como, apesar dessa ser uma estratégia válida, muitos locais apresentam predileções para o contato físico. “Para alguns concedentes é uma opção. Entretanto, a maioria,  pelo menos neste primeiro momento,  querem estagiários presenciais. Em contrapartida estes preferem o remoto”, afirma.

Assim sendo, é interessante analisar o levantamento da Fundação Dom Cabral, onde mostra como o maior rendimento nem sempre caminha no mesmo sentido da percepção de equilíbrio e bem-estar. Assim, dentre os ouvidos, 24% perceberam um volume maior de horas trabalhadas; 16% tiveram dificuldade de relacionamento e de comunicação; 14% relataram dificuldades de equilíbrio do ofício com as atividades pessoais; 11% apontaram espaço inadequado; 10% indicaram desafios de foco e atenção; e 9% disseram deter de uma infraestrutura limitada.

O estágio na vida do estudante

De forma geral, essa oportunidade consegue ser benéfica para os interessados em diversos tópicos, como um embasamento real da teoria analisada em sala de aula; contato com especialistas e realidade da área; uma renda extra para auxiliar nos estudos ou contas pessoais; e um networking aprofundado o qual pode fazer toda a diferença no futuro, com a formação e a procura de um emprego. “Acredito diminuir a inadimplência nas mensalidades,  traz o aluno para o conhecimento prático,  desenvolvendo com maior habilidade as atividades nas instituições, além de adquirir responsabilidade com horários e tarefas”, aponta Elizandra.

A especialista diz acreditar fielmente nessa chance como fundamental na carreira e vida acadêmica. “Agrega valor ao profissional,  traz a ele o desenvolvimento em seu âmbito,  conhecimento aplicado, comprometimento,  processo de ocupação e acaba sendo requisitado, após a finalização, para efetivação ou outras possibilidades”, explica. Todavia, ela apresenta o cenário atual e não muito satisfatório. “Infelizmente os estudantes não estão mais envolvidos com a vivência. Muitos fazem os cursos, mas não param nos estágios pela falta de paciência em aguardar uma chance de se tornar CLT. Dessa maneira, saem de várias jornadas sem adquirir experiência e terminam com o diploma e sem traquejo. O campo de atuação de pequenas e médias empresas é  exigente quanto a isso. As corporações não dispõem de tempo para desenvolver e ensinar discentes”, complementa.

Portanto, fica evidente as mudanças ligadas a essa esfera, principalmente com relação à mentalidade dos requerentes e acadêmicos como um todo. Encontrar bons iniciantes e resolver todas as pendências para conseguir os admitir pode ser uma tarefa árdua. Para facilitar todo o processo de contratação e diminuir as burocracias aliadas, os agentes de integração têm um papel fundamental para auxiliar no cumprimento das exigências, bem como na manutenção jurídica. Se você ainda possui dúvidas sobre o assunto ou mesmo quer encontrar o candidato ideal para o seu negócio, fale com os nossos associados! Entre em contato com a Energia Mais RH para ser sua aliada nessa trajetória! 

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