Estatísticas

A Abres realiza anualmente uma pesquisa para saber quantos estagiários existem no Brasil. Além disso, analisamos fontes como Inep, MEC, IBGE, Pnad, entre outros, e apresentamos aqui os índices e números referentes à educação e mercado de trabalho no Brasil e no mundo.

  • Alunos: Médio e Médio técnico
  • Estagiários: Médio e Médio técnico
  • Alunos: Superior
  • Estagiários: Superior
Alunos: Médio e Médio técnicoEstagiários: Médio e Médio técnicoAlunos: SuperiorEstagiários: Superior
%Alunos
%Estagiários
%Alunos
%Estagiários
Norte905.978 (9,45%)4.750 (2,22%)754.481 (8,39%)18.316 (2,67%)
Nordeste2.736.062 (28,50%)27.114 (12,67%)1.855.611 (20,64%)52.273 (7,62%)
Centro-Oeste706.238 (7.35%)13.311 (6,22%)820.138 (9,12%)40.474 (5,90%)
Sudeste3.941.903 (41, 05%)121.274 (56,67%)3.927.446 (43,7%)411.600 (60,00%)
Sul1.319.314 (13,75%)47.551 (22,22%)1.626.154 (18,09%)163.337 (23,81%)
9.609.555 (100%) 214.000 (100%)8.987.120 (100%)686.000 (100%)

No total, são 9.609.555 alunos de ensino médio e técnico e apenas 214 mil estagiam (2,5%). 

No Superior, são 8.987.120 estudantes e, desses, apenas 686 mil estagiam (7,9%).

Matrículas na Educação

De acordo com dados do último Censo da Educação Básica do Inep/MEC de 2022, existem no Brasil  7.866.695 matriculados no ensino médio. Já no médio técnico temos 1.742.860 alunos em todo o país. Juntando os dois níveis (médio + médio técnico), temos 9.609.555 estudantes, desses, 287.320 realizam os cursos concomitantemente. 

Já no nível superior, segundo o Censo da Educação Superior do Inep/MEC de 2021, temos 8.987.120 alunos, com crescimento de 3,53% em relação a 2020. Desses, 5.270.184 são de cursos presenciais (uma diminuição de 5,46% em relação a 2020) e 3.716.370 de educação à distância (aumento de 19,66% no mesmo período). 

Em 2021, 15.120.827 candidatos foram inscritos para vestibulares em cursos presenciais e a distância. Contudo, apenas 22.677.486 de vagas foram oferecidas, sendo 74,45% (16.884.427) novas e 25,52% (5.707.208) remanescentes. Das novas vagas oferecidas, 20,2% (3.410.654) foram preenchidas, enquanto apenas 9% (513.649) das remanescentes foram ocupadas no mesmo período. Dos 15.120.827 de aspirantes a um curso superior, 4.482.727 queriam universidades públicas, enquanto 10.638.100 focaram nas particulares. Infelizmente, desses, somente 26,09% (3.944.897) conseguem atingir o sonho de entrar em uma faculdade. Ou seja, 11.175.930 não tiveram acesso à educação superior naquele ano. 

Dos 4.482.727 almejando uma oportunidade em entidades federais, estaduais e municipais, apenas 10,98% passaram (492.141). Nas privadas, a porcentagem sobe para 32,45% dos cerca de 3.45 milhões. .

Ensino Médio e Educação Profissional

O último Censo Escolar do Inep/MEC 2022 contabilizou aproximadamente  47.382.074  de matrículas, distribuídas em diferentes etapas e modalidades de ensino da educação básica. Desses, 7.866.695 são do ensino médio e podem estagiar a partir dos 16 anos. Se compararmos entre 2021 e 2022, veremos um aumento de 96.138 alunos, isto é, 1,23%.

Quando falamos do ensino profissionalizante, é possível notar um baixo número de alunos. Temos 2.152.506 matriculados em todo o país. Esse número aumentou em relação a 2021 (eram  1.892.458), uma diferença de 12,08%. No EJA – Educação de Jovens e Adultos, temos atualmente  2.774.428 pessoas.

No total, temos cerca de 9,6 milhões de alunos no médio e médio técnico aptos a estagiarem, mas apenas 214 mil conseguem uma vaga, representando 2,5% dos estudantes brasileiros.

Ensino Superior

De 2002 a 2021, o número de alunos na educação superior passou de 3,5 para 8,9 milhões. Já o total de concluintes do ano passado subiu 3,79%, passando de 1.278.622 para 1.327.188. É importante ressaltar o número de licenciados formados: 283.561 (apenas 21,36% do número total de formados), podendo exercer o cargo de professor no ensino médio. Ou seja, cada vez há um menor interesse pela área acadêmica. O bacharelado atrai 57,42% (762.180) e o tecnólogo 21,2% (281.447) dos universitários. 

Os ingressantes também evoluíram em 2021: atualmente, 3.944.897 entram no ensino superior, contra 1.805.102, há treze anos. São 43.085 cursos de graduação, distribuídos em 2.574 instituições (313 públicas e 2.261 particulares). Quando comparado com 2020, observamos um aumento de 179.422 alunos. 

Apesar do avanço no número de formandos, infelizmente apenas 33,64% (total concluintes: 1.327.188) dos calouros “pegam o diploma”, sendo 219.342 no setor público e 1.107.846 no privado. Grande parte desses estudantes não conclui ou abandona o curso provavelmente por falta de condições financeiras. Esses números provam a importância do estágio, pois ele contribui para auxiliar o futuro profissional a custear seu curso. Afinal, para estagiar, o jovem obrigatoriamente precisa estar regularmente matriculado.

Dos mais de 8,9 milhões de jovens universitários, 63,34% optaram pelo bacharelado, enquanto 18,34% fazem licenciatura e 18,01% são tecnólogos. Estudam em universidades privadas 6.907.893 (76,9%) e em públicas 2.078.661(23,1%). 

Quando olhamos para a faixa etária, há 240.191 (2,67%) jovens até 18 anos. Entre 19 e 24 anos são 3.860.609 (42,95%), de 25 a 29 anos são 1.726.645 (19,21%), de 30 a 39 anos são 1.953.685 (21,73%), de 40 a 64 anos, 1.192.390 (13,26%) e mais de 65 anos são 13.600 (0,15%).

Além disso, destaca-se o fato de termos 8,9 milhões de estudantes no ensino superior e 3,1 milhões de estudantes inscritos no Enem – Exame Nacional do Ensino Médio, no ano de 2021. Ou seja, um volume inferior de estudantes interessados em ingressar em uma graduação.“Para muitos brasileiros, o desafio não se limita apenas a ingressar no ensino superior, mas sim a permanecer até a obtenção do diploma. Nesse contexto, o estágio desempenha um papel fundamental ao incentivar aqueles com o objetivo de concluir a graduação”, afirma Carlos Henrique Mencaci, presidente da Associação Brasileira de Estágios (Abres).

Total de Matriculados – Inep/MEC 2021

Total de Concluintes – Inep/MEC 2021

Ensino Superior Tecnólogo

A expansão de matrículas também ocorreu no nível tecnólogo, com um aumento de 682.86% nos últimos 16 anos. Se em 2005, havia 237.066 alunos, em 2021, chegou-se aos  1.618.846. Do total,  169.758 , ou seja, 10,50% estudam em escola pública. Já em instituição privada são 1.449.088 estudantes (89,50%). Esse tipo de graduação é diferente das convencionais, por ter uma carga horária reduzida e uma grade mais prática, focada na preparação para o mercado. 

Atualmente, ingressam 1.168.776 alunos nessa modalidade. Entre 2011 e 2012, o número de universitários subiu 22,2%, de 2012 para 2013, 3,8%, de 2013 para 2014, 9,2%, de 2014 para 2015, 10,3%. No entanto, o crescimento no número de estudantes desse nível foi menor de 2015 para 2016, ampliando apenas 1,02%. A recuperação ocorreu de 2016 para 2017 com aumento de 16,16%. Em 2018, comparado a 2017, houve um crescimento de 16,5%.

Contudo, esse aumento de alunos em cursos tecnológicos ainda é maior, se confrontarmos com os de bacharelado e de licenciatura. Esses, entre 2012 e 2013, cresceram 4,4% e 0,6%, respectivamente e entre 2013 e 2014, 8,1% e 6,7%, de 2014 e 2015, 3,9% e 1,9%. Porém entre, 2015 e 2016, tanto bacharelado, quanto licenciatura tiveram um leve crescimento: 0,6% e 3,3%. Já, entre 2016 e 2017, respectivamente, houve um aumento de 5,6% e 8,9%. Entre 2017 e 2018, houve um aumento de 3,15%  para bacharelado e 9% para licenciatura.

De acordo com o Censo de 2021,temos 9.624 cursos tecnólogos no país, sendo 1.046 em instituições públicas e 8.578 em instituições privadas. Em 2021, foram 281.474 concluintes no Brasil.

Ensino Superior a Distância

.Entre os anos de 2020 e 2021, as matrículas aumentaram 23,3% nos cursos à distância e caíram 16,5% nos presenciais. Desse modo, os cursos de EAD já representam 41,4% do total de matrículas em graduação. Mesmo sendo uma participação menor, é a maior da modalidade EaD no ensino superior em dez anos. 

Dos 3.716.370 alunos matriculados em EAD,  3.544.149 estudam em instituição de ensino privada (95,36%) e 172.221 (4,64%) em instituição pública, já são 7.620 cursos de graduação a distância.

O perfil do universitário brasileiro

O Censo 2021 aponta tendências no perfil dos universitários brasileiros. Cerca de 58% (5.248.891) dos matriculados no ensino superior são formados pelo sexo feminino. Considerando os estudantes matriculados em cursos presenciais,   5.270.184 alunos, 54,5% estudam no período noturno (2.872.740). Ou seja, apenas  2.397.444(45,5%) cursam durante o dia. 

Quando olhamos a quantidade de universitários por região do país, constatamos: dos 8 milhões de alunos,  754.481 são da região Norte, 1.855.611 do Nordeste, 3.927.446 do Sudeste, 1.626.154 no Sul e mais 820.138 alunos no Centro-Oeste.

Ingressam 3.945.091 alunos em todo Brasil, sendo 317.509 (8,04% do total) no Norte; 708.438 no Nordeste (17,35%); 1.785.360 no Sudeste (45,25%);  752.613 no Sul (19,07%); e 379.619 no Centro-Oeste (9,62%).

Por fim, a minoria escolhe ser professor no país, ou seja, apenas 18,34% dos ingressantes optam pela licenciatura, contra 63,34% optantes pelo bacharelado e outros 18,01% pelo tecnólogo. 

Enquanto isso, o número de concluintes é de 1.327.188 universitários, sendo 99.147 na região Norte (7,47%); 245.416 no Nordeste (18,49%); 633.331 no Sudeste (47,71%); 224.997 no Sul (16,95%); 123.933 no Centro-Oeste (9,33%).

O jovem fora da escola

De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios – PNAD, de 2022, moram na Região Sudeste 42,04% da população brasileira, na Região Norte, 8,5% , no Sul, 14,7%, no Nordeste, 26,6% e na Região Centro-Oeste 7,9%. Desse total da população brasileira, 51,1% são mulheres e 48,9% são homens.

Crianças, adolescentes e jovens de até 24 anos de idade correspondem a 59,2% da população brasileira total, de acordo com o IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, em 2022. Os jovens de 18 a 24 anos de idade correspondiam a 13,2%da população. 

Infelizmente, grande parte dos brasileiros não têm acesso à educação. Segundo dados da última Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) de 2022, 9,5 milhões de brasileiros entre 15 e 29 anos não completaram a educação básica, ou seja, 18% dessa população está fora dos estudos. Entre 18 e 24 anos, na fase de ingressar em uma universidade, 31,1% não estudam. Entre os jovens de 15 a 29 anos de idade, cerca de um em cada seis não frequenta a escola e não trabalha.

A falta de frequência na escola também reflete na busca por um trabalho. Segundo pesquisas realizadas pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), a taxa de desemprego entre os jovens de 18 a 24 anos, em 2022, foi de 16,4%. Os motivos são diversos: a falta de domínio da língua portuguesa, de ferramentas de informática e postura inadequada, competência aprendidas no contato com educadores. A taxa de ocupação das pessoas de 18 a 24 anos foi de 57,0%, em 2022.

Vagas de estágio no Brasil

De acordo com pesquisa realizada pela Abres, o número de estagiários no Brasil antes da aprovação da Lei n° 11.788 era de 1,1 milhão. Segundo a última pesquisa, finalizada em fevereiro de 2021, esse número é de 900 mil, sendo 686 mil para o ensino superior e 214 mil para o ensino médio e técnico. As cifras foram resultados de um levantamento feito com os agentes de integração e instituições de ensino do país

Assim, considerando 2008, antes da aprovação da lei e da crise econômica mundial, quando tínhamos 1,1 milhão de estagiários no país, o número diminuiu 18,18% (são 900 mil no país). Segmentando por nível, eram 715 mil no superior e agora são 686 mil, ou seja, uma queda de 4,06%. Já no médio eram 385 mil e agora 214 mil, uma redução de 32,06%.  Um dos motivos para esse tombo, foi a crise causada pelo coronavírus no Brasil e no mundo. Em anos anteriores, já havia sido registrado um maior avanço de quem está na graduação. O principal motivo foi a limitação no artigo 17 da atual lei de estágios, 11.788/2008, para contratação de alunos do ensino médio. Contudo, a pandemia obrigou muitos jovens a ficarem longe de uma oportunidade de aprendizado no mundo corporativo.

O maior número de vagas oferecidas são para estudantes de Administração (16,8%), Direito (7,3%), Comunicação Social (6,2%), Informática (5,2%), Engenharias (5,1%) e Pedagogia (4,2%). Apesar disso, em algumas carreiras faltam candidatos para preencher a demanda de oportunidades oferecidas pelas empresas, principalmente Estatística, Engenharia, Biblioteconomia, Agronomia, Gastronomia, Ciências Atuariais e Matemática. Nesse caso, as empresas oferecem bolsa-auxílio mais alta. 

Sobre a melhor época para procurar uma vaga, o presidente da Abres dá uma dica aos estudantes. “Nós sempre aconselhamos o jovem a buscar uma vaga já no primeiro ano de curso, dessa forma, é possível construir uma carreira profissional de sucesso desde cedo”, afirma Seme Arone Junior. 

Infelizmente, o número de estudantes é muito maior em relação à oferta de vagas e a grande maioria não consegue uma oportunidade. Se analisarmos ainda mais esses números, nos deparamos com uma situação preocupante. Temos 18,6 milhões de possíveis estagiários, quando consideramos a soma dos níveis superior, médio e técnico, porém apenas 5,2% deles conseguem estagiar.

Pesquisa revela quanto recebe um estagiário no Brasil

Ciências e humanidades ou Ciências Atuariais? Engenharia ou Economia? Qual o curso com os estagiários mais bem pagos? As dez áreas com maior remuneração? A fim de levantar os valores oferecidos, o Nube – Núcleo Brasileiro de Estágios promoveu a ‘Pesquisa Nacional de Bolsa-Auxílio 2023’. Realizada desde 2008, o atual resultado apontou a média geral em R$ 1.210,66, ou seja, 3,37 % maior comparado a 2022, quando o índice era de R$ 1.171,11. O cenário demonstra os efeitos da recessão.

O estudo ocorreu de janeiro a junho de 2023, com 82.146 participantes de todo o país. O levantamento revelou um montante de R$ 1.376,86 para quem está no nível superior, crescimento de 5,48% em relação a 2022. Para os tecnólogos houve uma subida de 7,46% nos pagamentos, ficando em R$ 1.339,29. O ensino médio técnico ficou quase estável, ficando em R$ 985,76. Já para quem está no nível médio, uma boa notícia: o valor é de R$ R$ 796,90; Na visão do presidente do Nube, Seme Arone Júnior, o quadro demonstra a recuperação do mercado e a boa perspectiva para o futuro. “Após o período de crise, as empresas estão retomando suas atividades com força total. Os números de 2023 já superam os de 2019, antes da chegada da pandemia”, explica.

Quando a análise é feita por gênero, a quantia para os homens é maior, de R$ 1.278,84. Para as mulheres, o valor ficou em R$ 1.169,45. “Essa diferença é chamativa. Todavia, tem uma explicação. As moças, majoritariamente, optam pelas humanidades, tais como pedagogia, comunicação e saúde, por exemplo, as quais pagam menos quando comparadas às carreiras de exatas”, sintetiza Arone Júnior. Ao se observar um curso específico, não há esse tipo de divergência entre as bolsas-auxílio oferecidas.

A região com melhores remunerações é a Sul, com R$ 1.322,63. Logo em seguida ficou o Sudeste, com a quantia de R$ 1.248,26. Em terceiro lugar vem a Nordeste, com R$ 1.171,14. As localizações Norte e Centro Oeste apresentaram R$ 1.160,74 e R$ 1.160,69 respectivamente.

Uma curiosidade sobre a pesquisa é o retorno de Agronomia ao topo do ranking. O curso não figurava o top 10 desde 2020, quando pagava cerca de 29% a menos.Uma carreira nova, Ciências e Tecnologia, estreou em 2013 e permanece até hoje. Já no nível Superior Tecnólogo, Banco de Dados lidera a lista desde 2016. Enquanto isso, no Médio Técnico, Informática, Edificações e Serviços Jurídicos estão na ponta, seguidos de Mecatrônica. Isso mostra como a digitalização é uma tendência e representa uma perspectiva de permanecer assim por muito tempo.

Veja a listagem com os dez cursos mais bem pagos:

média-das-bolsas
ranking-superior
ranking-médio-técnico
média-por-gênero