Uma nação não pode desperdiçar a força jovem

Em meio a uma crise, a maior perspectiva de recuperação inclui investimentos nas novas gerações

A resiliência é uma qualidade. A habilidade de adaptar-se às mudanças e até mesmo recuperar-se de momentos difíceis é uma virtude e, no Brasil, vemos como essa palavra é repleta de significados. Aos poucos, conseguimos dar os primeiros passos sólidos para superar a crise e isso serve de estímulo para investidores prestarem atenção no potencial nacional e considerar como uma atitude lucrativa contratar estagiários. 

Investir na juventude é essencial

Diante desse contexto otimista para o futuro, devemos correr atrás do prejuízo para fazer o país voltar a crescer. Já estávamos, antes da Covid-19, nos recuperando de outra instabilidade, então, para agora, é essencial direcionar as energias para a nossa maior fonte de prosperidade do amanhã: a força jovem. 

Para se ter uma ideia, a taxa de desemprego para quem tem entre 18 e 24 anos é de mais de 30%, enquanto a geral é de 12,1%. A lógica é simples: quem está fora do mercado de trabalho não tem renda e, logo, não possui poder de compra. Levar em conta essa premissa é fator determinante para podermos nos reerguer. 

Se aproveitarmos a disposição e determinação de quem está nessa faixa etária, teremos muitos benefícios – e o melhor meio de se fazer isso é pelo estágio. Com esse tipo de oportunidade, além da tão sonhada experiência profissional, também é favorecido o treinamento de conhecimentos específicos e necessários para o dia a dia corporativo. 

A iniciativa é indispensável para eliminar o problema na raiz por meio da capacitação. Afinal, segundo a Lei 11.788, o ato educativo escolar busca unir o conteúdo teórico dado em sala de aula para alunos do nível médio, técnico, superior ou dos dois anos finais do fundamental pelo EJA – Educação de Jovens e Adultos com a prática empresarial. 

Com o recebimento da bolsa-auxílio, muitos conseguem financiar por inteiro ou em partes seus estudos e, assim, garantir a permanência na escola ou faculdade. Dessa forma, diminui-se a evasão. Ganha o próprio indivíduo por sua instrução e o país inteiro com mão de obra qualificada para o futuro. 

Além disso, a admissão traz muitas vantagens. Não gera custos trabalhistas e dá a chance para o talento em potencial ser treinado para trilhar uma carreira de sucesso. Isso, por sua vez, enriquece os recursos humanos das organizações e favorece a inovação dentro dos times. Esse colaborador trará muita energia e irreverência, com um perfil sem medo de desafios. 

Os líderes podem fortalecer suas equipes com pessoas com pouca ou nenhuma vivência para, então, treiná-las e direcioná-las a evoluírem dentro dos quadros. Podemos ver cada vez mais histórias de sucesso começando a partir de quem estagia. Quanto mais relatos do tipo tivermos, melhores serão os cenários para a redução do desemprego e crescimento do nosso índice de desenvolvimento.

Os dois lados ganham

Assim, de um lado, o estudante tem incentivos para permanecer em sala de aula e consegue entender no dia a dia a realidade de sua profissão, aprimorando habilidades essenciais para o seu aperfeiçoamento. Em contrapartida, a contratante tem energia e renovação nos seus quadros para superar adversidades. 

Temos uma chance gigantesca em mãos de reduzir a desigualdade e fazer a roda da economia girar com vigor. Por isso, gestores e empreendedores de todo o país, acreditem na força do estágio!

*Carlos Henrique Mencaci é presidente da Abres – Associação Brasileira de Estágios

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