Crise econômica pelo Covid-19 agrava a geração nem-nem

Jovens fora das salas de aula custam caro ao país e agravam o desemprego

Já não é mais novidade: os jovens foram os mais afetados pela crise, batendo o recorde da taxa de desemprego entre 18 e 24 anos (31,4%), e pior ainda de 14 a 17 anos, atingindo 44,2%. Fração desses fazem parte dos 23% fora da sala de aula e do mercado de trabalho, segundo o último estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Ou seja, da “geração nem-nem”.

O problema está na falta de oportunidade

Ao contrário do pensamento de muitas pessoas, esses indivíduos não são adolescentes sem obrigações, 31% deles estão à procura de ocupação e 64% fazem serviços familiares e domésticos. Isso revela a problemática: não se trata de ociosidade, mas de falta de oportunidades. 

Por isso, incentivar o estágio é a principal maneira de preservar a juventude tanto estudando, quanto dando a chance de entrar no mundo corporativo. Afinal, para ser um estagiário é necessário estar matriculado no nível médio, técnico, superior ou EJA (Educação de Jovens e Adultos).

Assim, o ato educativo escolar supervisionado é um grande aliado da educação trazendo esse brasileiro da “geração nem-nem” para dentro das classes com uma carga horária menor e um auxílio financeiro para a manutenção desses estudos ou até das despesas de casa. 

Estágio, uma via de mão dupla

Dessa forma, tanto esse público ganha, quanto as companhias. “O principiante conquista a tão esperada vaga de estágio e consegue conciliar o aprendizado com as atividades profissionais. Já a organização absorve talentos cheios de energia, com novas ideias e vontade de aprender”, defende o presidente da Abres, Carlos Henrique Mencaci.

Além disso, a modalidade não gera vínculo empregatício. Logo, a corporação fica livre de pagar encargos trabalhistas como FGTS, INSS, 13º salário, ⅓ sobre férias e eventual multa rescisória. 

A evasão escolar é prejudicial e custa caro ao país

Segundo a pesquisa “Consequências da Violação do Direito à Educação”, da Fundação Roberto Marinho e do Insper, coordenada pelo economista Ricardo Paes de Barros, essa moçada fora das salas gera um alto custo para o país, em confronto com a manutenção dos estudos.

De acordo com o levantamento, o custo para aluno concluir os anos de educação básica é de cerca de 90 mil reais. Já a evasão escolar gera perda de 372 mil reais por ano. Assim, levando em consideração a taxa de abandono acadêmico de 17,5%, isso é, 575 mil adolescentes, estima-se uma perda de 214 bilhões de reais, anualmente, para o Brasil. 

Portanto, “o principal objetivo deve ser estimular o acesso à instrução. Isso, somado à chance de trabalharem e se desenvolverem profissionalmente, com um período laboral reduzido, potencializando ainda mais suas carreiras”, finaliza o presidente. 

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