38% dos estudantes adiam entrada na universidade

Ao afetar a educação os impactos se alastram. Então, o estágio é uma direção para movimentar o país. 

O sonho de conquistar o diploma e construir uma carreira faz parte da vida de muitos brasileiros. Contudo, frente à estrutura financeira do país, muitos jovens têm adiado essa meta por medo do futuro e também por conta do desemprego. Isso impacta ainda mais o mercado de estágios. 

Impacto na educação

Segundo levantamento realizado pela Educa Insights, em parceria com a Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior (Abmes), entre os dias 25 e 30 de janeiro, houve um aumento no percentual de estudantes universitários prorrogando o início da graduação para o segundo semestre de 2021. Foi de 24%, em novembro, para 38%, em janeiro.

Em geral, o motivo recorrente é a questão financeira. Afinal, com a crise econômica, muitos perderam seus postos de trabalho e estão inseguros. “Isso é preocupante, pois sem estar matriculado e estudando, a juventude não consegue estagiar, por exemplo. Uma modalidade aliada da educação. Ou seja, afetando esse pilar, o efeito dominó é acionado”, explica o diretor de comunicação da Abres, Mauro de Oliveira.

É preciso estimular a continuidade dos estudos

Na contramão desse cenário, o mercado pede por especializações. Segundo pesquisa do Instituto Semesp, possuir formação superior diminui em 54% as chances de ficar desempregado. Em vista disso, o ensino a distância (EAD) é uma alternativa. Inclusive para os jovens manterem ou iniciarem um estágio, mesmo durante a crise. 

Isso porque, conforme nota técnica do Ministério Público do Trabalho junto com a Coordinfância (Coordenadoria Nacional de Combate à Exploração do Trabalho da Criança e do Adolescente), recomenda-se a manutenção das atividades de estágio a distância. Ou seja, mesmo a distância ainda é possível conseguir a chance de entrar no universo corporativo. Vale reforçar: a MP prevê a necessidade de um supervisor para orientação das tarefas, conforme recomenda a Lei 11.788/2008.

Nesse sentido, são duas medidas alinhadas, pois o ato educativo escolar é voltado apenas para quem está regularmente matriculado em uma instituição de ensino. “É preciso ser estudante para estagiar. Assim, assegura-se a educação e a formação profissional do indivíduo”, complementa Oliveira. 

O estágio é um grande aliado

Essas atitudes são determinantes, pois a taxa de desocupação para o grupo de 18 a 24 anos bateu recorde histórico, atingindo 16,8 pontos percentuais acima da população em geral, no terceiro trimestre de 2020. Assim, a desocupação chegou a 31,4% contra 14,6% para a média geral. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios – Contínua (PNAD).

Portanto, a falta de oportunidades para essa faixa etária confronta diretamente a educação. “Em nosso país, a maioria dos estudantes precisa trabalhar para pagar a faculdade. Sem uma chance no mercado corporativo, muitos desistem da aprendizagem por falta de condições financeiras. Assim, não conseguem se qualificar para oportunidades futuras na carreira”, finaliza o diretor.

A alternativa para esse problema é a permanência e a inserção dos universitários por meio do estágio. Afinal, ele receberá uma bolsa auxílio enquanto estiver estudando, incentivando-o e mantendo-o na sala de aula. Dessa forma, continua-se movimentando o país e melhorando a educação geral. Essa é uma maneira de minimizar os efeitos, em todas as esferas, visando a conjuntura pós-pandemia. Ou seja, é um investimento com retorno garantido para toda sociedade. 

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