O estágio e a evasão acadêmica

A atividade auxilia os estudantes a permanecerem em sala de aula e concluírem suas graduações.

De acordo com os dados do último censo Inep/MEC, desde 2010, quase metade dos estudantes universitários não conclui o curso iniciado. Entre as desistências, 84,4% eram de alunos matriculados em instituições privadas e 16,6% em públicas. Dentre as principais causas apontadas está a falta de vocação em relação à área escolhida e questões financeiras. Ou seja, muitos desistem do ambiente acadêmico, porque não conseguem arcar com os custos.  

Nesse contexto, o estágio surge como uma das ferramentas para auxiliar as duas razões apresentadas pelas estatísticas. No ato educativo escolar, o educando consegue colocar em prática o conteúdo visto durantes as aulas teóricas e tem um contato verdadeiro e direto com a profissão, pela qual ele decidiu seguir. Assim, conhecendo a rotina corporativa e conversando com profissionais experientes, ele irá descobrir se quer permanecer no ramo ou não.  

Além dessa questão, a atividade oferece como direito previsto em lei a bolsa-auxílio ou outra forma de contraprestação. Essa, por sua vez, é uma espécie de remuneração em caso de estágio não-obrigatório, na qual a modalidade é considerada como opcional. O valor recebido contribui para custear a mensalidade do curso e investir em sua qualificação. Dessa maneira, a evasão acadêmica diminui, porque o discente tem o suporte para dar seguimento ao seus estudos. 

Apesar das instituições de ensino oferecerem reforço, muitas vezes, financeiro para continuarem na graduação, as empresas também podem agir ao abrirem suas portas e concederem uma renda para novos talentos. Afinal, contamos com apenas 1 milhão de estagiários no Brasil e há mais de 17 milhões de pessoas nas universidades, faculdades e escolas podendo ocupar essa posição, segundo o Inep/MEC. 

Levando em consideração a situação socioeconômica do país, apostar no estágio é investir na permanência da juventude na sala de aula. Muito além disso, é garantir uma jornada profissional de muito sucesso e a formação de um cidadão mais consciente sobre o assunto. 

Seme Arone Junior é presidente da Abres – Associação Brasileira de Estágios.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *