Estrangeiros em busca de estágio

Muitos brasileiros, em busca de novas oportunidades, estão cruzando as fronteiras a fim de completar sua graduação e se especializar. Em contrapartida, cresce a taxa de imigrantes de olho em nossas faculdades. Diante desse cenário, surge a dúvida: eles podem estagiar em nosso território? Para entender melhor sobre o assunto, separei alguns dados interessantes e falo sobre o norteamento concedido pela lei do estágio!

Somente em 2018, ocorreu um crescimento de 37,7% na busca por capacitação no exterior, representando mais de 50 mil inscritos, nativos daqui, porém com ingresso em uma universidade internacional. Esses são os dados da pesquisa Selo Belta 2019, da Associação das Agências Brasileiras de Intercâmbio (Belta). Portugal é um dos destinos preferidos e já faz dos tupiniquins a maior comunidade estudantil no ensino superior português.

Com isso, só no último semestre, mais de 13 mil alunos se inscreveram em cursos de bacharelado e pós, totalizando cerca de 30% dos discentes estrangeiros no país lusitano. Em mestrados e doutorados, o número também surpreende. Muitos deles, já recebem mais canarinhos a lusos em suas salas. Contudo, por aqui também cresce o índice de educandos de outras nacionalidades interessados em nosso ensino.

Para se ter uma ideia, a quantidade de gringos registrados na rede estadual de ensino de São Paulo cresceu 18% em 2019, totalizando 11.905 inscrições. Os dados são da Secretaria Estadual de Educação. Com essa troca de culturas e costumes, o estágio entra como uma porta de inserção do jovem no mercado, possibilitando ainda uma bagagem para quem é de fora conseguir se desenvolver e extrair o máximo do nosso mundo corporativo.

De acordo com a Lei 11.788/08, a atividade aplica-se a esse público, se o mesmo estiver regularmente matriculado em cursos superiores no país, autorizados ou reconhecidos, observado o prazo do visto temporário de estudante, na forma da legislação aplicável. Portanto, se respeitadas as regras, investir na experiência fará toda a diferença na carreira profissional.

Afinal, o estagiário aprende na prática as demandas de sua área, vivencia o trabalho em equipe, evolui suas habilidades comportamentais e oxigena o time, com sua energia e vontade de crescer. Logo, a dica é começar o quanto antes a procurar uma oportunidade do tipo. Já para as empresas, fica o alerta de dar uma chance a esses talentos, tão importantes para a construção de uma sociedade mais igualitária!

Seme Arone Junior é presidente da Abres – Associação Brasileira de Estágios.

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