O ensino médio para jovens

O nível médio é um dos principais momentos na vida de um jovem. Afinal, antecede a escolha por uma profissão e também é o responsável por lapidar os conhecimentos e perfil para o mercado de trabalho. Todavia, quase quatro em cada dez brasileiros de 19 anos não concluíram o aprendizado em 2018. Os dados foram divulgados pelo movimento Todos pela Educação, com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PnadC), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Entre eles, 62% não frequentavam mais a escola e 55% pararam de estudar ainda no fundamental. Segundo o estudo, do total de discentes, 32% abandonam a capacitação no 1º ano do médio. Já de acordo com a última Avaliação da Educação Básica (Saeb), sete em cada dez concluintes dessa etapa da educação não tinham grau suficiente de compreensão e leitura em português e matemática. Assim, o ensino médio ficou com índice dois de proficiência em uma escala de 0 a 9.

Essa proporção faz especialistas afirmarem ser improvável o Brasil atingir a meta do Plano Nacional de Educação (PNE): elevar a taxa de matrículas da categoria para 85% até 2024 e garantir 33% (um terço) da população entre 18 e 24 anos na graduação em 2024.

Como mudar esse cenário desolador?

O estágio aparece como uma das formas de mudar essa realidade, incentivando a instrução continuada. Isso porque a modalidade faz o estudante permanecer na escola, tendo como impulso uma bolsa-auxílio, auxílio-transporte, carga horária reduzida nas empresas e a chance de conquistar a famosa experiência.

Quem consegue uma oportunidade logo cedo, desenvolve habilidades hoje tão cobradas pelos recrutadores, como espírito de equipe, resiliência, visão do negócio e inteligência emocional. Além de se preparar para uma universidade e, com isso, não abandonar o sonho da carreira. Em meio a um ambiente de tanta concorrência, entender desde cedo a dinâmica de uma corporação e evoluir, tanto tecnicamente quanto em relação ao comportamento e emoções, é fundamental.

O melhor, a Lei de Estágio 11.788/08 respalda tanto os educandos, quanto os empresários. Englobando os matriculados nos ensinos médio, técnico, superior e tecnólogo, o ato escolar educativo educativo supervisionado possibilita a inclusão total dos jovens, diminuindo as taxas de pessoas em situação de risco no país. Por isso, quanto antes uma organização investir em estagiários, mais possibilidades terá de moldar seu colaborador de acordo com sua cultura e preparar grandes talentos para futuros cargos efetivos. Além de incentivos como a liberação de pagamentos de verbas recisórias, sob férias e INSS, por exemplo, a atividade ainda impulsiona a inovação dentro do empreendimento e oxigena a equipe.

Com isso, o estágio exerce grandes poderes de mudanças sociais e econômicas na sociedade. Invista na modalidade, pois, certamente, sairá ganhando!

Seme Arone Junior é presidente da Abres – Associação Brasileira de Estágios.

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