Cresce oferta de vagas para estagiários de nível técnico

Pesquisas indicam que alunos do médio regular perdem espaço


A oferta de vagas de estágio de nível técnico está crescendo, ao passo que o nível médio regular pode estar perdendo espaço, segundo empresas e especialistas ouvidos pela Folha.

Levantamento do Nube (Núcleo Brasileiro de Estágios) mostra que, enquanto o número de vagas para estudantes do ensino técnico
aumentou 52%, a procura pelos de nível médio recuou 60% entre a primeira semana de setembro de 2008 e a primeira deste mês.

Segundo a Abres (Associação Brasileira de Estágios), a oferta de vagas de nível médio -regular e técnico- caiu 46% no primeiro bimestre de 2009 ante o mesmo período de 2008.

Para o presidente da Abres, Seme Arone Júnior, o médio regular puxou a queda. “Estamos levantando [os dados] com escolas técnicas e percebemos que o médio técnico teve ligeiro crescimento em 2009.”

Ele crê que isso se deva à restrição que a nova lei do estágio impôs à contratação de estudantes do médio tradicional.

Isso porque o número de estagiários deve ser proporcional ao total de funcionários. Uma empresa com dez funcionários pode ter, no máximo, dois estagiários de nível médio. Por isso estaria havendo migração na contratação de estudantes do ensino
médio para alunos de cursos profissionalizantes.

A demanda por estagiários e mão-de-obra qualificados em alguns setores, aquecida desde antes da crise (leia acima), também explica o aumento.

Vítor Brum, diretor de extensão do IFSP (Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo), aponta
aumento de 30% na oferta de vagas no primeiro bimestre deste ano, em comparação com o mesmo período de 2008. Para ele, o mercado está reconhecendo a formação técnica como mais prática.

Aumento no regular
Por outro lado, o Ciee (Centro de Integração Empresa-Escola) aponta aumento de 18% nas vagas para o ensino médio (tradicional e técnico, com ênfase para o regular), graças à retomada de contratações pelos órgãos públicos em janeiro deste ano, em
comparação com o mesmo mês de 2008.

Segundo Eduardo de Oliveira, superintendente de operações do Ciee, a nova lei ajudou -e não atrapalhou-, uma vez que definiu com clareza as possibilidades de contratação de alunos do ensino
médio.

Alexandre Oliveira, gerente de estágios da Gelre, pontua que está havendo aumento na demanda por estudantes de todos os níveis e que não há migração de vagas entre médio regular e técnico.

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