A Sala de Emprego dessa segunda-feira (11) mostra que a temporada de estágios está aberta. Agosto e setembro são os melhores meses do segundo semestre para a contratação de novos estudantes. A previsão é de 70 mil vagas abertas só no Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE) e no Núcleo Brasileiro de Estágios (Nube).
Para conseguir uma vaga a concorrência é grande e, algumas vezes, até mais difícil que o vestibular. Depois que o estudante consegue a vaga, ele tem que ficar de olho no que as empresas esperam do profissional. Pesquisa do Nube mostra que o comportamento pode ser até mais importante que o curso que ele faz.
As seleções de estágio ajudam as empresas a escolher os melhores candidatos. A pesquisa do Nube, que avaliou mais de 13 mil candidatos, revela o que as empresas mais buscam: estagiários que saibam trabalhar em equipe (67,9%), que tenham iniciativa (63,7%) e saibam se comunicar (54,5%).
Tem dúvidas sobre o tema? Deixe sua pergunta no final desta matéria, no espaço destinado a comentários. Ao final da edição desta segunda-feira (11), Eduardo Oliveira, superintendente do CIEE, participa de um bate-papo, ao vivo, aqui no site do JH.
“Que eles tenham uma excelente comunicação, domínio da língua portuguesa, tenham, se possível, mais de um idioma, que eles saibam lidar com as pessoas com as quais trabalham, que eles tenham um bom relacionamento e que não fiquem na mesa deles sentados esperando trabalho, que eles busquem sempre atividades e contribuam para a área que ele faz parte”, relata a coordenadora de treinamentos externos, Yolanda Brandão.
Há 15 anos, uma multinacional abriu as portas aos estagiários e, no começo, valorizava onde e o que eles estavam estudando. Com o passar dos anos, com o crescimento dos setores, mais profissionais foram contratados e a empresa sentiu a necessidade de contratar pessoas que trabalhassem em grupo e em harmonia.
A empresa percebeu que valorizar o comportamento era tão importante quanto a formação. “Quando ele virar um líder da companhia, um gerente, um diretor, um vice-presidente, ele já passou por isso, ele já passou pelos modelos de liderança e sabe os modelos que a gente tem. Ele vai crescendo junto com a companhia”, explica Paulo Miri, vice-presidente de RH da empresa.
Os cursos de graduação que mais oferecem estágio são administração de empresas, direito, pedagogia, ciências contábeis, educação física e engenharia civil.
De acordo com a Associação Brasileira de Estágios (Abres), os cursos de graduação que pagam os melhores salários são:
Agronomia – R$ 1.948,94
Economia – R$ 1.370,26
Física – R$ 1.370,26 4
Ciências Atuárias – R$ 1.281,44
Marketing – R$ 1.278,25
Ciência e Tecnologia – R$ 1.218,46 7
Engenharia – R$ 1.211,26
Estatística – R$ 1.182,26
Química – R$ 1.147,82
Relações Internacionais – R$ 1.128,74
Iniciação Científica
Uma boa opção para desenvolver a carreira do estudante são os projetos de pesquisa, que podem começar ainda no colégio. Anna Luiza Queiroz, por exemplo, só tem 15 anos e já faz análises de fungos no laboratório de veterinária da Universidade Federal de Minas Gerais. “Qualquer coisa que você faz na sua infância, na sua adolescência, para o seu futuro é importante”, diz.
O estudante de ciências biológicas Amadeus Portela está no último ano de biologia e entrou na iniciação científica para analisar o comportamento dos lagartos. “Leitura é algo que o pessoal tem mais dificuldade no início, até criar o hábito mesmo. Principalmente por ser em inglês, que é uma língua da ciência hoje. Ninguém é cientista sem saber inglês”, conta o aluno.
Nem sempre as pesquisas são feitas nos laboratórios tradicionais. Alguns alunos da UFMG desenvolvem os projetos em um ambiente descontraído. Eles fazem iniciação científica em negócios. “Aliando a parte teórica à parte prática é que vai desenvolver o bom profissional. Isso está me estimulando bastante”, conta Leandro Souza, estudante de engenharia de produção.
A seleção dos candidatos é feita por nota ou entrevista. Quem se dá melhor nas matérias tem mais chance. Se a procura pelo mesmo projeto for grande, o aluno faz uma prova eliminatória. Quem for selecionado ganha uma bolsa que pode ser paga pela universidade, pelas empresas parceiras ou pelo Governo Federal através do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPQ). A bolsa é a partir de R$ 400, mas o trabalho de iniciação científica também pode ser voluntário.
Até maio deste ano, o CNPQ concedeu 47 mil bolsas de estudo no país. No ano passado, foram quase 70 mil.
“A iniciação cientifica não só prepara o aluno para a universidade para ser professor, ser pesquisador, mas prepara também para assumir posições de pesquisa e desenvolvimento dentro das grandes empresas, que hoje é uma grande vertente mundial”, explica Aluir Dias, professor e coordenador do Centro de Transferência e Inovação de Tecnologia da UFMG.