Vivemos uma realidade na qual apenas 40% dos jovens economicamente ativos, entre 18 e 24 anos, completam 11 anos de estudo. Fora isso, de acordo com dados do IBGE, o Brasil tem a maior taxa de abandono do ensino médio, entre todos os países do Mercosul. O número de oportunidades não comporta a demanda e apenas os mais preparados irão conseguir uma colocação.
Assim, estudantes com certo período de aprendizagem destacam-se muito mais no mercado de trabalho. Nesse contexto, se torna imprescindível o interesse em conseguir adquirir experiências e habilidades profissionais, cada vez mais cedo.
Por isso, a importância de praticar um ato escolar supervisionado. Ao estagiar, a pessoa ganha à oportunidade de aprender sobre a rotina de sua futura profissão e utilizar os conhecimentos acadêmicos adquiridos em sala de aula. Além disso, passa a conhecer as reais necessidades do ambiente corporativo e, assim, dá o primeiro passo para o seu desenvolvimento. E, claro, fica à frente de muitos indivíduos sem vivência empresarial.
Tudo isso, sem contar a chance de descobrir se opção de carreira era a esperada e se realmente gostou dessa escolha. Logo, estagiar cedo permite trocar de carreira caso perceba não ter feito a opção ideal para a sua vocação profissional.
Com o amadurecimento da lei 11.788/2008, todos passaram a entender a importância da contratação e o preconceito com esse setor já não existe mais. Os estudantes e as empresas ganharam mais segurança e os benefícios foram muitos.
Para os jovens, houve a mudança de carga horária para até seis horas diárias, recesso remunerado, auxílio transporte e bolsa-auxílio obrigatória, em caso de estágio não obrigatório.
O ganho para as corporações foi o de ficar legalmente estipulado o fato de não criar vínculo empregatício e de isentar as verbas rescisórias e encargos sociais. Sem contar no ganho de talentos, os quais poderão ser treinados e moldados de acordo com o perfil de cada empreendimento. A nova lei obriga as instituições de ensino a validar todas as atividades desenvolvidas no ambiente de trabalho. Na outra ponta, dentro das empresas, é necessário ter a supervisão por meio de um profissional formado, ou com larga experiência prática na profissão. Isso garante o desenvolvimento de habilidades e competência correlatas ao curso em questão.
Portanto, se existia a dúvida de ingressar em um estágio, acabe com ela agora mesmo. Ao entrar para a universidade, comece a procurar por uma chance logo nos primeiros anos. Além de contribuir para aumentar suas oportunidades de empregabilidade, eliminará um grande abismo: a falta de experiência.
Seme Arone Junior é presidente da Associação Brasileira de Estágios (Abres)