A época não poderia ser mais oportuna para garantir uma vaga de estágio: o Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE), por exemplo, prevê a oferta de 66 mil vagas de estágio até janeiro de 2011 para estudantes de todo o país e dos mais diversos cursos. Mas não é só. Muitos jovens viajam durante as férias ou mesmo estão distraídos, com pouco acesso a informações do mundo corporativo, ou seja, a concorrência nesse período também tende a ser menor.
Fiquem atentos pela internet, é uma época propícia, alerta o superintendente de operações do CIEE, Eduardo Oliveira. Por vezes estudantes estão fora, ausentes, e acabam deixando oportunidade passar, avalia, destacando a importância de redobrar atenção nas oportunidades de estágio durante o período de férias.
Desse total de oportunidades, 40 mil serão alocadas no Estado de São Paulo e 18 mil especificamente na Região Metropolitana. Para concorrer a uma dessas vagas, é necessário acessar o site www.ciee.org.br e se cadastrar ou atualizar os dados.
O surgimento desse volume de colocações nessa época do ano se deve a três fatores principais. O primeiro deles está ligado à formatura dos estudantes; o segundo se relaciona ao vencimento de contratos assinados logo após a edição da nova Lei do Estágio (11.788/08), que limita em dois anos o período máximo de estágio do jovem na mesma empresa; a terceira razão se deve à própria efetivação dos estagiários.
As vagas são para estudantes de praticamente todos os tipos de curso, mas há setores em que há maior oferta de chances. Administração de empresas, engenharia (especialmente a civil), áreas ligadas à informática, comunicação (publicidade e propaganda), pedagogia e direito, por exemplo, são campos que estão em alta. O aquecimento desses setores está especialmente ligado aos índices positivos da economia do nosso país, esclarece Oliveira.
A boa notícia é que além dessas áreas, outros setores ficarão em evidência em decorrência dos eventos que o Brasil sediará nos próximos anos, como a Copa do Mundo e as Olimpíadas. Com certeza as áreas de turismo, hotelaria e educação física estarão aquecidas. Não há dúvida de que nesses setores não faltarão oportunidades, pontua o superintendente de operações, enfatizando que os estudantes não podem esquecer de deixar o inglês e o espanhol na ponta da língua.
O pré-sal atrairá mais profissionais ligados ao setor de petroquímica. Mas as vagas não serão só para essas áreas, garante Eduardo. As empresas satélites, que são as prestadoras de serviços, que trabalham paralelamente, dando suporte à megaoperação (como setores de manutenção, logística, telecomunicações) irão demandar profissionais também. Ou seja, envolverá tudo, movimentando toda a economia.
Calcanhar de Aquiles O estágio é uma forma de iniciação no mundo do trabalho, como todos sabem, e seus efeitos são múltiplos. Luiz Gustavo Coppola, superintendente de atendimento para o Estado de São Paulo do CIEE, avalia que por meio dessa atividade, o jovem universitário tem a oportunidade de aplicar na prática os conhecimentos teóricos que aprendeu na escola. O estagiário de ensino médio, por sua vez, será beneficiado com a aquisição de posturas comportamentais e pessoais requeridas pelo ambiente corporativo, sem mencionar o contato que terá com várias áreas de atuação, o que o auxiliará na escolha da futura profissão, complementa.
Adquirir certeza se o curso escolhido é aquele em que se deseja atuar é uma das consequências que o estágio traz na vida do estudante, de acordo com Eduardo Oliveira. É um período de experiência para quem quer ingressar com mais segurança na carreira, esclarece. Por isso recomenda que jovens já comecem a estagiar logo que seja possível para que sejam rapidamente absorvidos pelo mercado. Com o estágio, passa a ter vivência do mundo corporativo, adquirem experiência prática, que ajuda a ingressar como efetivo no mercado de trabalho.
Os efeitos positivos são vários. Para garantir espaço no mundo corporativo, Oliveira aponta que se deve prestar atenção ao fator que mais elimina durante processos seletivos, a comunicação na verdade, a falta dela. O jovem se comunica mal, tanto pela escrita como verbalmente. Falta também saber se relacionar em equipe, ser mais participativo, criativo, ter mais capacidade de liderança, reflete, pontuando que são essas qualidades comportamentais que mais faltam nos candidatos a vagas de estágio e as que mais são buscadas por empresas, além dos aspectos técnicos. Porque ter idiomas e informática já é um pré-requisito, constata.
Valor das bolsas – O Nube realizou uma pesquisa sobre a média da bolsa-auxílio paga a estudantes de todo o Brasil. Os dados foram coletados entre 16.328 estagiários entre 22 de março e 23 de abril de 2010.
Segundo dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) e do Ministério da Educação (MEC), há no Brasil 8,3 milhões de estudantes. De acordo com dados da Associação Brasileira de Estágios (Abres), apenas 3% conseguem estagiar.
Desses jovens que atuam no mercado, a média geral de bolsa recebida é de R$ 683,33: os estudantes de ensino superior recebem R$ 765,25; os de superior tecnólogo, R$ 702,40; ensino médio, R$ 385; e médio técnico, R$ 517,70. Confira abaixo os dez cursos que pagam melhor, de acordo com cada faixa de escolaridade.
– Nível médio técnico:
1) Química: R$ 693,51
2) Técnico em segurança do trabalho: R$ 685,31
3) Construção civil: R$ 620,83
4) Mecânica: R$ 615,93
5) Eletrotécnica: R$ 562,27
6) Edificações: R$ 562,24
7) Automação industrial: R$ 548,35
8) Mecatrônica: R$ 543,95
9) Telecomunicações: R$ 536,56
10) Informática: R$ 511,74
– Nível superior:
1) Engenharia: R$ 1.022,30
2) Relações internacionais: R$ 1.008,38
3) Economia: R$ 999,27
4) Química: R$ 897,45
5) Arquitetura e urbanismo: R$ 896,35
6) Biblioteconomia: R$ 883,60
7) Nutrição: R$ 880,40
8) Estatística: R$ 864,70
9) Ciências atuariais: R$ 817,61
10) Matemática: R$ 802,12
– Nível superior tecnólogo:
1) Secretariado: R$ 958,98
2) Mecânica: R$ 906,03
3) Construção civil: R$ 896,95
4) Mecatrônica industrial: R$ 831,89
5) Processamento de dados: R$ 791,03
6) Comércio exterior: R$ 788,79
7) Gestão ambiental: R$ 772,46
8) Tecnologia em alimentos: R$ 765
9) Sistemas de informação: R$ 655
10) Redes de computadores: R$ 627