Segundo uma pesquisa do Nube – Estagiários e Aprendizes – plataforma que recruta jovens ao mercado de trabalho, cerca de 60% dos 17.689 entrevistados têm medo de se formar e não conseguir um trabalho em sua carreira. Desses, 39,44% temem pela competitividade e 20,44% creem não deter todas as exigências colocadas pelas corporações. Ciente desse contexto, Bianca Mari, analista de recrutamento e seleção do Nube, frisa quatro pontos de alerta e dá dicas para alcançar a vaga dos sonhos!
1- Um cuidado com a vestimenta é indispensável na entrevista
De acordo com a especialista, antes de tudo, o ideal é pesquisar sobre a empresa para entender ao máximo a vaga, se ela combina com os valores pessoais do candidato, cultura e objetivos. “Após o estudo, você conseguirá enxergar a vestimenta adequada, além de saber se o perfil solicitado é compatível com o seu”, comenta. Assim, como exemplo de look adequado, Bianca divide em três circunstâncias: a formal, como roupas sociais; semi formal, como calça jeans e camisa social; e o modelo esportivo, ou seja, algo mais solto como camisa polo, blusas e calças despojadas.
2- Atenção na postura e fala durante a conversa com o recrutador
Já dizia o ditado: a primeira impressão fica e, no mercado de trabalho, isso não é diferente. Logo, é imprescindível analisar bem cada atitude em relação a quem está do outro lado da mesa, avaliando. “Trate-o com formalidade, educação e respeito. Fale sobre si mesmo, das competências e experiências obtidas. Caso seja o primeiro emprego, diga quais as expectativas de adquirir conhecimento com aquela oportunidade. Ademais, comente os pontos de interesse e tente relacionar com seus propósitos futuros”, indica a recrutadora.
Outro ponto de cuidado deve ser a comunicação, destacando um bom português. “Evite assuntos polêmicos, gírias, termos capazes de prejudicar ou desfavorecer sua imagem. Não se esqueça: o corpo fala e, caso minta sobre determinado ponto, pode causar má impressão. Por fim, tenha postura, vá com a roupa adequada e, caso tenha dúvidas, faça perguntas, se mostre interessado durante todo o diálogo”, acrescenta.
3- Alguns conhecimentos são relevantes para se destacar no mercado
Nos últimos anos, um novo conceito tomou conta do meio laboral: as famosas hard e soft skills. Os termos referem-se a dois tipos de habilidades específicas, as quais devem ser constantemente aperfeiçoadas por quem está em busca de uma chance. “A primeira se refere a competências técnicas, ou seja, precisam ser atualizadas de acordo com a área de interesse do estudante, pois é necessário ter conhecimento em determinada ferramenta ou idioma”, explica Bianca. Dessa maneira, está associada a cursos, treinamentos e a formação disciplinar como um todo.
“Em contrapartida, a soft skill são comportamentais e, por isso, conversam com vários campos. No geral, precisam ser aprimoradas no decorrer da carreira. Alguns exemplos são: comunicação oral e escrita, iniciativa, trabalho em equipe, inteligência emocional, flexibilidade, entre outras”, esclarece. Com o avanço da globalização, principalmente por meio das inovações tecnológicas constantes, essas maestrias ganharam um destaque cada vez maior.
Nesse sentido, tendo em vista o alto nível competitivo do meio corporativo atual, as hard skills são requisitos básicos e indispensáveis. Não tê-las é praticamente como estar fora da competição. Seguindo essa linha de raciocínio, o componente humano passou a ser considerado um diferencial estratégico muito bem analisado.
4- Sobressair-se positivamente aos demais concorrentes eleva as possibilidades de sucesso!
De acordo com dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) trimestral do IBGE, a taxa de desocupação brasileira chegou a 7,7% no terceiro trimestre de 2023. Em um total de 202,3 milhões de pessoas de 14 anos ou mais na população economicamente ativa (PEA), 17,7 milhões estavam desempregadas. Desse total, 2,2 milhões estavam procurando por um emprego há dois anos ou mais.
A situação também não é das melhores para os estagiários. Para concorrer à modalidade basta ter 16 anos ou mais, estar matriculado e frequentando alguma instituição de ensino. Todavia, conforme números da Abres (Associação Brasileira de Estágios), são 9.609.555 alunos de ensino médio e técnico, mas apenas 214 mil estagiam (2,5%). No Superior, são 8.987.120 estudantes e, desses, apenas 686 mil se beneficiam da experiência (7,9%).
Essa realidade comprova como a competitividade é alta e, de acordo com a selecionadora, se manter atualizado é a melhor alternativa para obter êxito. “Estude constantemente e mantenha seu currículo renovado. Domine assuntos voltados o seu campo. Tenha metas definidas e demonstre sua determinação para alcançá-las nas entrevistas. Além disso, saiba se expressar, treine falando sobre si mesmo, visando conseguir transmitir de forma assertiva e eficaz. Por fim, mostre-se disponível, estando atento e flexível às mudanças”, finaliza Bianca.