O mercado de trabalho é um ambiente essencial para o desenvolvimento de todos os indivíduos. Isso porque exercer uma atividade laboral garante, além de aprendizado, ganhos monetários e a construção de um futuro promissor. Logo, o seu público não deve ser específico, mas sim, abraçar a diversidade presente no próprio país. Nesse sentido, o estágio é uma oportunidade para expandir esse aspecto nas organizações. Então veja, nesta matéria, o papel do cargo na D&I (diversidade e inclusão).
O que é a diversidade e inclusão?
Os conceitos têm significados diferentes, apesar de andarem juntos. A diversidade diz respeito à pluralidade presente na sociedade, entre as características físicas, sociais, culturais e comportamentais. Já a inclusão trata da compreensão sobre essa multiplicidade e o estabelecimento de ações com o intuito de acolhê-las em qualquer circunstância.
Conforme os dados da PwC, 76% das organizações têm uma área dedicada ao estabelecimento dessas práticas. Em 61% dos nomes ela fica no setor de recursos humanos, 23% na presidência, 11% nos demais âmbitos e apenas 5% nos conselhos.
Como o estágio promove a diversidade e inclusão nas empresas?
O ato educativo escolar supervisionado, mais comumente conhecido como estágio, é uma modalidade de emprego. Contudo, a sua configuração é diferente das demais posições, pois o intuito é promover oportunidades para os estudantes, os quais, muitas vezes, não têm a devida experiência para ingressar no meio corporativo. Todas as determinações da posição estão presentes na lei n° 11.788/2008. Nesse contexto, algumas configurações dela o tornam um propulsor da D&I nas corporações. Confira:
Não tem idade máxima para ser estagiário: de acordo com a norma, podem se candidatar às vagas da modalidade os indivíduos a partir dos 16 anos. Essa regra faz a companhia adotar uma diversidade geracional, pois o talento tende a ser desde um iniciante até alguém com mais experiência no mercado, mas está dedicando-se aos estudos em outro período da vida. Isso porque é obrigatório estar com a matrícula regular em uma instituição de ensino, seja ela do nível médio, técnico, superior ou até mesmo pós graduação.
Segundo uma pesquisa feita pela consultoria EDC Group, após o auge da pandemia de Covid-19, 53% dos entrevistados alegaram ter perdido o interesse pela área de desempenho e 45% afirmaram estar seguros para mudar de profissão. Logo, abrir vagas nesse formato pode abraçar também esse público. Afinal, entrar em um novo segmento exige uma instrução do zero e a vivência anterior pode não contribuir para isso. Portanto, a opção consegue promover esse exercício e entregar mais confiança para o novato.
O contrato de estágio é mais duradouro para pessoas com deficiência (PcD): o termo de compromisso de estágio (TCE), ou seja, o contrato, de acordo com a lei, deve ter uma duração limite de dois anos. No entanto, essa norma tem uma ressalva para os indivíduos PcD. Os inscritos dentro dessa classificação ficam isentos de um período de contratação pré determinado. Portanto, o acordo entre as partes pode estender a duração de 24 meses.
Os candidatos não precisam ter experiência profissional: não é exigido do aspirante nenhuma vivência anterior no meio laboral ou pleno conhecimento sobre a função a ser exercida na rotina. Esse aspecto abre as possibilidades de aprendizado e inclui o grupo de principiantes na formação de uma carreira próspera.
Rosimar Campos, assistente social do Instituto Prepara, pontua a favor da abertura dessas chances. “A vantagem é o encontro de talentos e a possibilidade de capacitá-los para a atmosfera corporativa. Posteriormente, esse investimento na trilha do colaborador pode ser revertido em uma efetivação”, argumenta a especialista.
As vagas afirmativas são fundamentais para a diversidade e inclusão
Os processos seletivos com essa característica tem o intuito de combater discriminações da sociedade. Por isso, são voltadas apenas a públicos específicos historicamente marginalizados. “Essa ação é direta para alcançar a D&I nas empresas, não cabe apenas para o estágio, mas sim, para qualquer chance ofertada. Promovê-la não traz ganhos apenas para a entidade em reconhecer essa necessidade, como também leva benefícios à sociedade”, observa o presidente da Abres – Associação Brasileira de Estágios, Carlos Henrique Mencaci.
Os cargos de alta gestão também precisam refletir as medidas de diversidade e inclusão
Para essa condição de D&I ser efetiva dentro das companhias, é de extrema relevância ter essa representatividade também em posições de mais prestígio. Logo, as contratações não devem estagnar apenas no nível de amadurecimento do colaborador, mas também aumentar as estatísticas de permanência e crescimento nas instituições. “Ter uma imagem de referência em altos cargos incentiva o indivíduo a compreender as suas diferenças como algo positivo. Assim, ele entende onde pode chegar e investe em sua trajetória”, argumenta o representante da Abres.
Por fim, Rosimar frisa a relevância de ter um time diversificado. “Essa pluralidade favorece a troca de experiências, reforça a produtividade da equipe e a companhia fica mais competitiva no seu mercado de atuação. Além disso, o aprendizado dos integrantes do quadro tende a ser muito melhor”, finaliza.
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