Frente à crise internacional, o estágio é a melhor alternativa para manter os jovens no mercado e incentivar a educação
Apesar do recrutamento remoto já ser uma tendência para algumas empresas, pela estratégia e disrupção, diante da pandemia foi preciso ter coragem, propósito e paixão pelo desafio para se adaptar. Também, por esse motivo, a tão falada transformação digital foi acelerada. Assim, os processos passaram do “off” para o “on-line”.
Os benefícios são vários para ambas as partes. Para os selecionadores, por exemplo, ganhou-se mais agilidade, pois eles conseguem entrevistar mais indivíduos, em menos tempo. Afinal, não há deslocamento e esperas físicas. Além disso, as ferramentas digitais já filtram os aspirantes de acordo com score, testes digitais de raciocínio lógico e técnico.
Por outro lado, para os candidatos, ampliou-se a diversidade e as fronteiras. Com a tendência ao home office, a seleção expandiu seu alcance nacional e internacional. Bem como, intensificou a pluralidade dos perfis e a inclusão de pessoas com alguma deficiência física (PCD).
Embora muitas companhias tenham implantado planos de contingência para evitar maiores instabilidades durante esse período de isolamento, outras “surfaram nessa onda” e se saíram muito bem. Certamente, várias delas ajustarão esse método à cultura organizacional de agora em diante.
O estágio é uma relação de ganha-ganha
Felizmente, o Brasil está rapidamente reduzindo os impactos provocados pela pandemia e, junto com a vacina, vem a retomada da economia e dos negócios. Nesse sentido, um dos maiores anseios da população é a reestruturação do mercado de trabalho. Em especial, nossos jovens, os quais foram os mais afetados pela crise, alcançando 29,8% a taxa de desemprego, entre 18 e 24 anos, e pior ainda de 14 a 17 anos, atingindo 44,2%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Por isso, investir no estágio é a principal maneira de preservar a juventude tanto estudando quanto dando uma chance de profissionalização no mundo corporativo. Afinal, para ser um estagiário é necessário estar matriculado. Pode ser no nível médio, técnico, superior ou EJA (Educação de Jovens e Adultos).Então, ao mantermos um brasileiro na sala de aula, estamos não só dando oportunidade de conhecimento, mas a chance de ganhar experiência. Com isso, garante a renda para a manutenção dos estudos e um passaporte garantido para dar o start na carreira.
Ademais, existem também vantagens para todos os envolvidos. Vamos lá: o ato educativo escolar supervisionado não gera vínculo empregatício. Logo, a corporação fica livre de pagar encargos trabalhistas, como FGTS, INSS, 13º salário, ⅓ sobre férias e eventual multa rescisória.
Já para a moçada, além de conquistar a tão sonhada vivência no mercado, fará isso com a carga horária reduzida, máxima de seis horas diárias e 30h semanais, permitindo-lhes organizar a rotina entre a corporação e a classe. Esses incentivos foram criados para facilitar a admissão desse grupo, os quais mais precisam de uma chance para o início profissional.
Portanto, você, gestor ou empresário, ofereça essa oportunidade aos nossos jovens. Continue contratando estagiários. Sua atitude hoje, reflete um futuro muito melhor para o nosso país.
*Carlos Henrique Mencaci é presidente da Abres – Associação Brasileira de Estágios