As práticas de ESG (Environmental, Social, and Governance), têm ganhado cada vez mais destaque no mundo dos negócios e na sociedade em geral. Esses critérios visam avaliar o desempenho das empresas em relação aos aspectos ambientais, sociais e de governança, sendo uma referência importante para investidores, consumidores e outras partes interessadas.
O que significa o ESG?
Na parte ambiental, os pensamentos concentram-se em como as empresas lidam com questões relacionadas à sustentabilidade, eficiência energética, mudanças climáticas, gestão de resíduos, conservação de recursos naturais e outras preocupações. Corporações comprometidas com esse tema tentam reduzir a emissão de carbono, adotar energias renováveis, minimizar a poluição e implementar estratégias de conservação.
No âmbito social, é levado em consideração o impacto das companhias nos locais onde operam, bem como nas partes interessadas internas e externas. Isso inclui assuntos como diversidade e inclusão, direitos humanos, relações trabalhistas justas, saúde e segurança dos colaboradores, bem-estar dos usuários e envolvimento com a comunidade. Negócios com esse olhar promovem a equidade, igualdade de oportunidades e respeito.
Por fim, a governança organizacional refere-se à estrutura de tomada de decisão e administração adotadas. Isso envolve transparência, prestação de contas, ética nos negócios, qualidade na gestão de riscos e independência do conselho. Isso garante a integridade em suas operações, minimiza conflitos de interesse e protege os acionistas e demais envolvidos.
Essas medidas trazem uma série de benefícios para as organizações. Além de serem mais resilientes, também estão melhor posicionadas para atrair investimentos e garantir a confiança do público. Ou seja, reflete em um desempenho financeiro superior a longo prazo, além de serem menos propensas a enfrentar escândalos e crises reputacionais. Ademais, essas resoluções também contribuem para a construção de uma sociedade melhor. Ao abordar esse tema, as instituições assumem um papel de liderança na promoção de mudanças positivas. Essas práticas encorajam a inovação, a colaboração e a responsabilidade coletiva, levando a um futuro mais próspero. Por isso, é fundamental inserir os estagiários nesse contexto desde já, para ficarem preparados e familiarizados com essa tendência.
Os estudantes brasileiros estão engajados na questão da sustentabilidade
De acordo com o relatório “Crianças e Mudanças Climáticas”, realizado pelo Centro Marista de Defesa da Infância (CMDI) do Grupo Marista, a Clínica de Direitos Humanos da Pontifícia Universidade Católica do Paraná – PUCPR, Umbrasil e a Província do México Central, produzido a partir de percepções de jovens sobre o tema, 79% dos brasileiros se mostraram preocupados com o futuro do meio ambiente. No México, esse percentual chegou a 94%.
O objetivo era ouvir a opinião de crianças e adolescentes de diferentes países. O documento traz não apenas declarações impactantes de meninos e meninas, mas também uma série de dados sobre a percepção deles sobre o planeta nos próximos anos, além de refletir sobre o quanto suas vozes são levadas a sério. É cada vez mais determinante envolvê-los em discussões e debates. Como adultos, temos a responsabilidade de fornecer informações de qualidade, em linguagem acessível e provenientes de fontes confiáveis, além de garantir um espaço onde eles possam expressar seus sentimentos, conhecimentos e desejos, sendo verdadeiramente ouvidos.
Ainda, 90% dos entrevistados afirmaram já ter ouvido falar sobre seus direitos, como à educação, ao acesso à água limpa e de serem escutados. No entanto, quando questionados se suas opiniões eram consideradas pelos responsáveis por tomar decisões, apenas 64% responderam afirmativamente. Não apenas na escola ou faculdade, mas em todos os lugares, eles devem ter espaço para se expressar. Nesse sentido, o estágio surge como uma solução essencial.
A modalidade é uma forma de inserir os estudantes com essas ideias no mercado de trabalho. Afinal, para participar, é necessária a matrícula em uma instituição de nível superior, profissional, médio, de educação especial, ou nos anos finais do ensino fundamental, na modalidade profissional da educação de jovens e adultos – EJA. Quem faz pós-graduação, MBA, mestrado e doutorado também têm essa possibilidade. Para isso acontecer, basta constar no projeto pedagógico.
Devido a essa exigência, ajuda a evitar a evasão escolar. Em um país com altas taxas de desemprego como o nosso, essa chance é valiosa. O indivíduo adquire experiências pessoais e profissionais únicas em sua vida. Portanto, é crucial para a construção de sua carreira. Ainda, coloca insere novos consumidores no mercado, fazendo girar a roda da economia. Isso ocorre pois os integrantes têm direito a receber uma bolsa-auxílio. Não há um valor pré-determinado por lei, mas é interessante oferecer uma quantia compatível com o custo de vida no local, os requisitos exigidos e as demandas do cargo. Afinal, esse dinheiro é utilizado, muitas vezes, para arcar com os estudos, ajudar nas contas de casa ou até mesmo sustentar um lar. Inclusive, esse fator é um diferencial para atrair os melhores aspirantes.
Para otimizar ao máximo essa vivência, a carga horária é limitada em seis horas diárias e 30h semanais. Dessa forma, o aluno concilia o ambiente acadêmico com o laboral. Ainda, existe o direito a um período de recesso remunerado de 30 dias a cada 12 meses (ou proporcional). Aconselho sempre os estudantes a combinar esse momento com as férias escolares, para a garantia de um descanso completo ou realizar uma viagem com a família, passear com os amigos, colocar em prática algum projeto pessoal, entre outros.
Visando a sustentabilidade, a diminuição da desigualdade social e a oferta de oportunidades para todos, o modelo remoto surge como uma ótima alternativa. As companhias obtêm um leque maior de opções para encontrar o perfil ideal e habitantes de cidades pequenas ganham a chance de atuar em grandes centros. Nesse caso, é interessante proporcionar um auxílio home office ou equipamentos de qualidade para o indivíduo otimizar seu rendimento, demonstrar seu potencial, evoluir cada dia mais e entregar bons resultados.
Portanto, abra as portas do seu negócio para essa juventude motivada, ávida por mostrar seu potencial e contribuir para o desenvolvimento. Dessa forma, além de fortalecer sua equipe, você estará colaborando com a economia e a educação do Brasil. Essa luta é de todos nós. Conte com a Abres!
*Carlos Henrique Mencaci é presidente da Associação Brasileira de Estágios – Abres