Inserir a nova geração no mercado de trabalho é determinante para o futuro do país
O Brasil é um país com enorme desigualdade social. Além disso, a taxa de desemprego vive nas alturas. Para solucionar esse problema, inserir os jovens no mercado de trabalho é uma boa alternativa. Nesse sentido, o estágio surge como uma opção. Afinal, é uma ferramenta para ajudar na economia e na educação do país.
A importância de dar oportunidade aos jovens
O Instituto da Oportunidade Social – IOS, realizou um levantamento com o objetivo de traçar um verdadeiro mapa da juventude e deixar claro o papel de cada membro da sociedade no desenvolvimento urgente dessas potências do futuro. De acordo com os dados, a população jovem é, atualmente, a maior da história, são mais de 47 milhões de pessoas entre 15 e 29 anos. Também é a mais afetada pelo desemprego, atingindo 27,1% no primeiro trimestre de 2020. Bem acima da média geral de 12,2%.
Na nova década, teremos mais público adulto, fruto do aumento da longevidade. No entanto, exatamente nesse movimento demográfico, os mais novos estão com menos chances. “Introduzir e educar os estudantes dentro do mercado de trabalho é essencial para o futuro da nossa nação”, comenta Andreia Andrade, da ASH Talentos, associada à Abres.
De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, em 2050, o Brasil será o 6º país com a maior população idosa do mundo, na frente de outros países desenvolvidos. Por isso, cuidar dos jovens agora, significa garantir o amanhã funcionando como uma engrenagem, fazendo girar a economia de forma sustentável. Para isso, eles precisam ser vistos hoje. Para se desenvolverem profissionalmente e se manterem dentro da sala de aula.
Conforme estudo da Síntese, 87,4% dos estudantes formados no ensino médio vêm da rede pública, mas somente 18% dos indivíduos com até 25 anos de idade buscam graduação. Isso ocorre porque 74% dos lugares disponíveis em universidades estão na rede particular de ensino, com apenas 26% na pública.
Nesse contexto, o estágio é essencial. Afinal, o participante do programa é remunerado com uma bolsa-auxílio. Dessa forma, ele pode arcar com a mensalidade dos estudos, seja parcial ou integralmente. Ainda segundo a pesquisa, 17% dos cidadãos com menos de 29 anos pagam suas contas e ainda contribuem com a renda dos pais e 6% são arrimos de família.
As empresas, ao contratarem esses alunos, garantem eficiência no presente e no futuro. “Além disso, podem lapidar o colaborador de acordo com a cultura, propósito, valores e metas da organização”, complementa Andreia. Ademais, para incentivar esse tipo de admissão, a lei garante às concedentes a isenção de encargos trabalhistas, tais como o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), 13º salário, 1/3 sobre férias e eventual multa rescisória.
Para quem tem o desejo de conquistar seu espaço, a especialista explica como está o cenário atualmente. “Após a pandemia, o mercado está aquecido e com muitas oportunidades para nível médio, superior e técnico. Com a proatividade e energia desse pessoal, se torna uma boa forma de colocá-los em contato direto com a profissão escolhida”, afirma.
Entretanto, esses novatos não chegam prontos e as companhias devem ter consciência disso. São muitas dificuldades, o caminho deles até o ambiente corporativo é longo. É preciso torná-lo mais rápido e urgente. Porém, eles possuem muita vontade de aprender e são naturalmente tecnológicos, por pertencerem a uma geração mais digital.
As oportunidades também devem acontecer dentro da empresa
Antes, o ambiente empresarial era formado por pessoas presas aos seus espaços individuais, mas se transformou em um lugar interativo. Cada vez mais, as corporações optam pelo clima colaborativo, onde todos têm direito a opinião. Dar voz e poder de escolha a cada integrante da equipe, ter uma liderança humanizada, possibilitar o modelo híbrido de atuação e facilitar as interações entre os colegas, são as principais características.
Para a coordenadora do setor de colocação profissional e estágio da Universidade Tiradentes, Maria Luísa Teodoro, um dos principais pontos é o trabalho em equipe. Por isso, a figura do gestor também precisou mudar. Ou seja, ele não exige algo, mas incentiva o time a desempenhar uma tarefas com criatividade e acompanha o esforço do grupo por meio da obtenção de resultados.
Inicialmente, precisa haver grande mudança na cultura organizacional e isso não é fácil. “A partir de decisões focadas no crescimento e conquista de espaço no mercado, torna-se válida a implementação dessas novas práticas. Para isso, deve ser criado um espaço estimulante para todo esse processo”, considera Maria Luísa.
Essa transformação já estava acontecendo gradativamente. No entanto, durante o período de isolamento social causado pela Covid-19, muitas empresas colocaram seus colaboradores em home office. Isso causou distanciamento entre os colegas e foi necessário se reinventar para a desmotivação não tomar conta do local.
Para a coordenadora, a atuação remota requer adaptação de todos os envolvidos. “A divisão entre casa e escritório pode bagunçar um pouco a rotina até haver adaptação. Contudo, é importante a gerência estar pronta para dar suporte nessa questão”.
Logo, se a prática for aplicada da maneira correta, poderá ser bastante positiva. “O formato híbrido já era praticado por diversas instituições há alguns anos. Porém, está sendo mais considerado ultimamente”. Tudo isso significa aprimorar e até mesmo reconstruir o meio laboral, proporcionando a todos a sensação de pertencimento. Assim, maior será a dedicação.
Portanto, abra as portas do seu negócio para os estagiários. Existem milhões de talentos espalhados pelo Brasil em busca de uma oportunidade para mostrar sua capacidade, aprender mais e fortalecer seu empreendimento. Dessa forma, você estará ajudando e pavimentando o futuro do nosso país. Conte com a Abres nessa caminhada. Estamos juntos!