Lidar com a burocracia, alta carga tributária, entraves jurídicos e mudanças macroeconômicas são apenas alguns dos desafios enfrentados pelos empresários brasileiros, incluindo os catarinenses. No entanto, entre os pontos que estão no ranking da lista de reclamações de quem abre uma empresa visando gerar lucro, emprego e renda, está a falta de profissionais qualificados e a dificuldade para encontrá-los. Muitas vezes, as companhias precisam buscar trabalhadores em municípios próximos ou até adiar projetos devido à escassez de colaboradores.
Somente para a indústria, o Brasil precisa qualificar mais de 9 milhões de pessoas até 2025 para atender a demanda, conforme dados do Mapa do Trabalho Industrial 2022-2025 divulgado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). No recorte catarinense, esse número chega a 800 mil.
Iniciativas que visam aprimorar a qualificação profissional ganham destaque nesse cenário, entre elas a formação de jovens aprendizes e estagiários. Ao oferecer tanto oportunidade quanto ensinamentos sobre determinada área, as empresas fortalecem tanto o desenvolvimento de novos profissionais como podem ter benefícios ao contar com um olhar mais jovem e propenso a inovações. Para completar, o estagiário tende a fazer parte do time engajado, que busca mostrar resultados tendo em vista uma oportunidade de efetivação futura – e mostrar iniciativa é uma das qualidades profissionais mais requeridas.
Segundo Vitor Roque Blotta, sócio-diretor da Roque Propaganda; fundador e ex-sócio do Floripa Mil Grau, é extremamente importante que as empresas contratem estagiários. Além de descobrir novos talentos, as companhias podem encontrar soluções para os quais os colaboradores mais antigos não conseguem ver uma saída.
— Tendo estagiários, consegue criar e achar soluções para problemas internos. Os estagiários se desenvolvem dentro da empresa e muitas vezes, são eles que apontam as soluções para problemas que existem dentro da organização.
Mas como acertar nesse processo?
Uma equipe precisa ser unida, ter objetivos claros e estar motivada para que apresente resultados satisfatórios às demandas apresentadas. Mas, assim como para um colaborador pleno ou sênior, tudo começa pelo fit cultural – ter a sensação de que aquela pessoa pertence àquela estrutura e rotina, com valores alinhados.
— Primeiro de tudo, o estagiário precisa se encaixar no ambiente onde estará inserido para depois analisar as funções, o que sabe ou não fazer bem. Se ele não se encaixa bem, dificulta muito o processo de aprendizado e execução de qualquer tipo de função.
Benefício para quem aprende e para quem contrata
O empresário acredita que entre as principais dores na hora de contratar um estagiário está a burocracia da própria contratação e a divulgação da vaga.
— Existem diversos tipos de burocracia, mas citaria os trâmites junto às instituições de ensino, fora as entrevistas. O tempo necessário para a contratação é baseado nas entrevistas, na análise dos currículos e em todo o processo de seleção, fora a burocracia necessária após as contratações.
Buscando maior economia de tempo, para destinar recursos financeiros e equipe para a produção e criação, o empresário contou com auxílio da Fundação de Estudos e Pesquisas Socioeconômicos (Fepese), por meio de sua Agência de Estágios, para encontrar um profissional.
A fundação oferece suporte para a contratação de estagiários, contando com a parceria de seis mil empresas e mais de 450 instituições de ensino. Desde o início das atividades, a entidade já gerou mais de 17 mil vagas de estágio em cerca de seis mil empresas. Tudo é feito conforme requer a Lei do Estágio, ou a “Lei do Estagiário”, o dispositivo legal que normatiza as atividades de trabalho dos estudantes e determina as regras, deveres e direitos do estagiário e das empresas.
— Somos responsáveis por todo o processo administrativo e jurídico da contratação. Dessa forma, as companhias podem otimizar o tempo e focar no negócio, enquanto a Fepese realiza a busca e a contratação do estagiário para a função escolhida – detalha Marcelino Ito, superintendente da fundação.
Dados da Associação Brasileira de Estágios (Abres), mostram que existem em torno de 900 mil estagiários no país, sendo 214 mil estudantes dos níveis médio ou técnico e 686 mil do nível superior. Em Santa Catarina, a Fepese é uma das instituições mais atuantes nesse segmento. A Fepese presta atendimento para grandes instituições, como a Assembleia Legislativa do Estado de Santa Catarina (ALESC), mas também profissionais liberais, autônomos e pequenas empresas.
Sobre a Fepese
A Fepese é uma fundação de direito privado, sem fins lucrativos, de utilidade pública municipal e estadual, registrada e credenciada junto ao Ministério da Educação – MEC e ao Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações. Atuando há mais de 45 anos, a Agência de Integração é apenas um dos setores da entidade, que também atua em áreas como tecnologia, saúde, eventos e concursos.