(Fonte: Folha Dirigida)
A crise econômica ocasionada pela pandemia do novo Coronavírus vem prejudicando diversos setores, entre eles, o mercado de trabalho. E uma das principais dúvidas (e medo também) é de como se manteria os estagiários durante esse cenário? E essas perguntas têm sido feitas não somente pelos próprios estagiários, mas também pelas empresas. Qual saída? Que medidas tomar?
Foi pensando nisso que o presidente da Associação Brasileira de Estágios (Abres), Seme Arone Junior, listou algumas opções para que esse cenário de crise internacional possa ser superado da melhor forma. “O estágio é alternativa para a manutenção de jovens no mercado e o incentivo à educação”, destacou.
Especialista destaca que o principal é ter planejamento e adaptação
Seme comenta que tem recebido muitas dúvidas e perguntas sobre as melhores maneiras de lidar com o atual cenário. Foram muitos questionamentos a respeito de como manter os estagiários em meio a enorme instabilidade do país. Ele comenta que as duas principais palavras-chaves para o momento de crise atual são: planejamento e adaptação.
O especialista cita, ainda, que o isolamento é a medida mais eficiente para que se evite a propagação do vírus. Por isso, é essencial pensar em estratégias que possam ter como norte o distanciamento, por exemplo, o home office. Essa foi a primeira sugestão e alternativa dada pelo presidente da Abres. Segundo ele, é um modelo a ser adotado sem medos, pois oferece ainda um respaldo jurídico de segurança.
Ele cita a Medida Provisória 927/2020: “A legislação assegurou esse regime de trabalho para estagiários e aprendizes. Assim, além de garantir a independência financeira, assegura a continuidade dos estudos.” Vale lembrar que nesse período de quarentena diversas empresas optaram pelo home office como modelo de trabalho e tiveram excelentes retornos. Algumas, inclusive, já manifestaram que pretendem manter essa medida flexível mesmo após a pandemia.
Seme ainda comenta que nessa condição de trabalho não há muitas premissas negativas que possam assegurar a empresa qualquer desvantagem. Assim, o estudante consegue, de sua residência, cumprir a carga horária normal. Mas, destaca a necessidade de acompanhamento profissional.
“Por exemplo, se o jovem entra às 10h e sai às 17h, com 1h de almoço, na rotina diária na empresa, então, deve fazer esse mesmo período em sua casa. Vale lembrar: a companhia deve supervisionar o colaborador, seja por videoconferência, ligações ou e-mail. Afinal, trata-se de um ato educativo escolar supervisionado”, explica.
Presidente da Abres também cita o recesso remunerado
Além do home office, outra possibilidade citada pelo presidente da Abres foi o recesso remunerado. Para essa hipótese, ele usa como justificativa a Lei 11.788/2008. Pela legislação, por cada mês estagiado, o estudante tem direito a 2,5 dias de pausa. E, segundo ele, diante desse cenário, escolher dar um recesso remunerado pode ser uma das saídas. O presidente também dá como sugestão uma possível redução da carga horária de trabalho, que acarretaria, logo, em uma redução também da bolsa-auxílio. No entanto, essa medida, segundo Seme, ajudaria: “a instituição a manter o jovem atuando para quando a situação se normalizar, retomar suas atividades de costume. Acreditem: iremos superar tudo isso em breve!”.