O estágio é o melhor e maior meio de
inserção de jovens no mercado de trabalho. Digo isso com tranquilidade,
pois vejo, diariamente, várias trajetórias de sucesso começando por essa
prática. Entretanto, embora seja um programa com diversos impactos
positivos, ele ainda é pequeno, quando olhamos as estatísticas.
Segundo o Inep/MEC, são mais de 17,6 milhões de brasileiros inseridos no
grupo de possíveis estagiários. Isso porque, conforme a Lei 11.788,
pode ser admitido nesse estilo quem está regularmente matriculado e
frequentando uma instituição de ensino médio, técnico, superior ou EJA –
Ensino de Jovens Adultos.
Entretanto, apenas 1 milhão deles, de acordo com pesquisa realizada
anualmente pela Abres – Associação Brasileira de Estágios, ocupam essa
posição. Logo, fica claro para todos como esse número poderia mais
equilibrado se as corporações abrissem suas portas para essa
possibilidade. Não faltam incentivos para isso! Afinal, o ato educativo
escolar não gera vínculo empregatício. Com isso, a contratante fica
isenta de pagar encargos trabalhistas, tais como o FGTS, 13º salário, ⅓
sobre férias, entre outros.
Os ganhos para o estudante também são grandes. Na modalidade
não-obrigatória, ele recebe uma bolsa-auxílio, bem como um
auxílio-transporte, recesso remunerado, seguro contra acidentes pessoais
e ainda tem carga horária reduzida (até seis horas diárias e 30 horas
semanais).
O gestor, quando promove esse tipo de contratação, tem vantagens muito
além das financeiras. Logo, quando ele deposita sua confiança e
transmite conhecimentos para um recém admitido, sem vivências
anteriores, ele dá a esse indivíduo a chance de se aprimorar, conquistar
a independência e, muitas vezes, até mesmo permanecer em sala de aula.
O Brasil ainda está longe de ter um número satisfatório de cidadãos com
diploma, quando comparamos com países mais desenvolvidos. Porém, um dos
meios de mudar esse quadro é fornecer uma renda, tal como a do estágio.
Os benefícios também são para a economia do país, ainda em recuperação.
Com mais pessoas ocupadas, o desemprego diminui e a receita começa a
girar.
Portanto, investir no estágio é garantir um futuro promissor para os
alunos, os quais adquirem vivências e crescem profissionalmente, para a
empresa, pois adquire um potencial talento para direcionar e a nação,
com pessoas capacitadas e preparadas. Ou seja, é uma relação
ganha-ganha!
Faça parte dessa corrente do bem e contrate estagiários!
Seme Arone Júnior é presidente da Abres – Associação Brasileira de Estágios.