O segundo semestre de 2019 tem se mostrado mais promissor para os universitários que têm procurado por uma oportunidade de estagiar. De acordo com levantamento feito pela Associação Brasileira de Estágios (Abres), estima-se que 66 mil novas vagas sejam oferecidas no País entre agosto e setembro. O número representa um aumento de 7,6% em relação ao ano anterior, sendo o melhor desde 2014.
Esse período também é conhecido como a 2ª temporada de estágios, que, assim como a 1ª, entre janeiro e março, compreende a etapa de início das aulas nas faculdades e escolas. Como muitos alunos se formam ao fim de cada semestre, são nessas épocas específicas que aumentam número de vagas disponíveis.
“A grande causa dessa baixa no mercado que ocorreu desde 2014 foi a crise econômica que assolou o Brasil, fazendo com que grande parte das empresas deixassem de contratar”, explica Seme Arone Junior, presidente da Abres. “Hoje, a faixa etária com maior número de desempregados é entre 18 e 24 anos. Mesmo com a recuperação deste setor, ainda não é o ideal”, avalia.
“Princípio do otimismo”
Seme explica que a pesquisa realizada pela associação está mais atrelada ao fator quantitativo, não ao contexto econômico do País. Porém, ele acredita que as empresas têm adotado o princípio do otimismo, repondo as vagas que estão livres e já investindo em estagiários para 2020.
“O mercado está reaquecendo, o que consequentemente aumenta a procura por pessoas que estão se qualificando e que possam contribuir no futuro, sendo aproveitados no quadro das organizações”, avalia Edneide Lima, gerente de Desenvolvimento de Carreiras e Empresarial no Instituto Euvaldo Lodi (IEL-BA), que oferece serviços que ajudam a melhorar os processos internos da empresa e colaboram com o seu crescimento, inclusive fazendo mediação para a contratação de estagiários.
“O IEL atua com a trilha de carreiras dos jovens, apoiando no desenvolvimento das carreiras, através da inserção no mundo do trabalho pelos programas de Estágio, Jovem Aprendiz, Programa de Bolsas, Seleção de Profissionais e Orientação de Carreiras”, esclarece Edneide.
Leandro Torquato está cursando o 8º semestre de Arquitetura e Urbanismo na UFBA e começou o seu primeiro estágio no último dia 5. Ele conta que suas expectativas iniciais eram ter contato com o que a faculdade não ensina, como a possibilidade de fazer projetos executivos.
“Eu tinha receio de tentar um estágio por conta da carga horária da Ufba ser muito pesada, então eu tinha medo de não conseguir dar conta de todas as demandas”, lembra Leandro, que abriu mão de uma matéria neste semestre. “Sobre os pontos positivos, é justamente a questão de poder lidar com clientes, fazendo projetos reais, que geralmente são muito raros na faculdade”, explica.
Vivian Scarmagnan cursa o 5º semestre de Direito na Uneb e começou a estagiar na Defensoria Pública em julho, sendo seu primeiro estágio como contratada. Ela lembra que ficou muito ansiosa antes de começar, sobre como seria seu trabalho e se conseguiria se adequar.
“Me sinto muito bem em trabalhar lá, não gostei muito do meu setor no início, mas conhecer novas áreas é importante para sua vida pessoal e acadêmica”, reflete Vivian. “Eu me senti muito acolhida desde o início, além de sentir a disposição deles em me ensinar e tirar dúvidas, o que torna o trabalho muito mais leve e proveitoso”, avalia.
*Sob a supervisão da editora Cassandra Barteló