Em 26 de setembro de 2010 muitos estudantes comemoraram uma grande conquista: os dois anos da Lei de Estágio nº 11.788/08. Esse período foi de muitas dúvidas, redistribuição da oferta de vagas e, principalmente, um novo perfil dos estagiários brasileiros. Confira um balanço feito pela Associação Brasileira de Estágios (Abres).
Ao voltarmos um pouco no tempo, podemos relembrar no ano de 2008 que, em meio à adaptação à nova legislação, o país se deparou com a crise econômica mundial, responsável pela demissão de milhares de profissionais em diversos setores. O mercado do estágio também foi afetado. De acordo com levantamentos da Abres, havia 1,1 milhão de estagiários antes da nova Lei e esse número caiu para 900 mil, significando uma diminuição de 18%. “O artigo 17 limitou em 20% contratação de estagiários do ensino médio em relação ao total de funcionários de uma empresa, com isso as chances para esses estudantes caíram 60%”, explica o presidente da Abres, Seme Arone Junior.
Hoje, depois de dois anos, destacamos o aumento dos benefícios aos estudantes. Porém, o número de estagiários diminuiu e ainda não foi 100% retomado. As empresas também tiveram vantagens, com um instrumento jurídico mais claro. “O empresário pode conceder oportunidades para os estudantes iniciarem na vida profissional e é isento de encargos sociais como o FGTS, INSS, 13º salário, verbas rescisórias e 1/3 sobre férias”, afirma Arone.
A projeção da Abres é terminar o ano de 2010 com aproximadamente 1 milhão de estagiários, número próximo ao de 2007. Mas ainda faltam vagas para os estudantes brasileiros. De acordo com dados do Censo do Inep/MEC, atualmente, temos no país 5,08 milhões de alunos no ensino superior e, apenas, 650 mil fazem estágio (13,3%). No ensino médio/médio técnico temos 8,3 milhões e somente 250 mil estagiam (3,01%). A dica para esses jovens é “conhecimentos em informática, domínio da língua portuguesa, cursar um segundo idioma e vontade de aprender são diferenciais para conseguir uma colocação”, finaliza Arone.