Estudantes e empresas se adaptam a nova lei do estágio

Desde que a nova lei entrou em vigor, caiu o número de vagas para os jovens que procuram o primeiro emprego. Seis meses depois, os empresários se adaptam às novas regras e as oportunidades reaparecem.


Uma padaria já contratava estagiários antes da nova lei e continua com a mesma disposição! “Eu fiz seis meses de estágio, aí passei um ano como confeiteiro, sai de férias, voltei já como supervisor”, diz Ivan Matos, supervisor de padaria.

A lei foi publicada em setembro e estabelece limites na jornada, no período de trabalho e na quantidade de estagiários por empresa.

Mesmo no período de queda nas vagas, um segmento de estudantes continuou encontrando portas abertas no mercado.

O setor com maior volume de contratações é o de nível técnico, que precisa contar com estagiários que já tenham algum tipo de especialização. Segundo o Núcleo Brasileiro de Estágios, a oferta de vagas para nível médio técnico, por exemplo, aumentou 52% desde a mudança na lei.

Depois de concluir o ensino médio, Juliette entrou no curso de mecânica industrial. Uma escolha recompensada: logo veio o estágio em uma fábrica. Uma responsabilidade e tanto para quem está só começando a carreira. “O nível técnico é uma coisa mais prática e as empresas querem uma coisa mais prática pra poder executar a função mesmo do dia-a-dia”, diz Julietty Barreto, estagiária.

Mas, ainda é preciso persistência na busca pelo primeiro contato com o mercado de trabalho. “Eu fiz o curso de informática agora há pouco tempo, aí eu quero por em prática”, afirma Luanny Lima, estudante.

Segundo a Associação Brasileira de estágios, 900 mil trabalham nas empresas atualmente: 200 mil a menos que antes da nova lei do estágio. O cenário deve melhorar ainda este ano.

“Era natural porque era uma nova lei que estava chegando e as empresas queriam conhecer melhor essa nova legislação, comenta Marcelo Gallo, superintendente Ciee.

“Só tô esperando ser chamada mesmo. A esperança é a última que morre, declara a estudante.

Robério Henrique, gerente regional do CIEE, fala sobre os direitos dos estagiários:

O programa de estágio não deve se confundir com a relação de emprego formal. O estagiário tem uma relação própria. Por exemplo, ele não tem férias, mas ele tem um recesso remunerado de 30 dias após um período de um ano de estágio, explica.

Com relação a rescisão do contrato, o próprio estagiário pode solicitar ou até mesmo a própria instituição de ensino havendo alguma irregularidade escolar, alerta.

A principal mudança com a nova lei foi a redução da carga horária para 6 horas e 30 semanais, deixando o estudante mais livre principalmente para sua atividade extra classe, principalmente nos dias de prova, conclui Henrique.

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