RIO – Chegar ao fim do período de estágio e conseguir uma contratação é parte
dos planos de todo universitário, mas apenas metade dos 735 mil estudantes que
se formam no ensino superior brasileiro a cada ano pode comemorar o primeiro
emprego. Da vaga na universidade até o trabalho dos sonhos, os jovens precisam
trilhar um longo percurso, e as chances de efetivação na empresa dependem da
área escolhida, do próprio engajamento e qualificação do estagiário, além de
fatores externos como o desempenho da economia nacional.
Estágio no exterior
pode ser passaporte para o mercado de trabalho
Veja a cobertura da Mostra PUC no blog Pé no Mercado
Na opinião do presidente da Associação
Brasileira de Estágios (Abres), Seme Arone Júnior, para ser
contratado, o estagiário precisa mostrar que tem algo a acrescentar, além de ter
o perfil desejado pela empresa. Segundo dados da Abres, o total de vagas de
estágio abertas atualmente no Brasil é de 1,1 milhão, sendo que 715 mil são para
estudantes de ensino superior, e as demais, para alunos do ensino médio.
Mas o índice de aproveitamento dos universitários varia bastante em cada
carreira. Algumas profissões são privilegidas. O mercado para engenharia, design
de interiores, petroquímica, informática e indústria automobilística está em
crescimento. Nessas carreiras, mais de 90% dos estagiários são efetivados,
segundo a Abres.
Desde que começou a estagiar numa empresa de petroquímica, há pouco mais de
um ano, a estudante de engenharia mecânica Carla Waldimir, de 23 anos, soube que
queria ser efetivada, o que aconteceu recentemente. Hoje, sorri ao falar o nome
de seu novo cargo: engenheira de processos júnior.
A realidade não é a mesma em carreiras como direito, jornalismo, pedagogia,
fisioterapia e odontologia. Como o mercado não consegue absorver o número
crescente de formandos, o índice de aproveitamento de estagiários oscila entre
9% e 15%.
A jornalista Rachel Belo, de 24 anos, fez estágio em uma revista durante um
ano, mas quando se formou não conseguiu a vaga para continuar na equipe. Para
enfrentar o primeiro desemprego, ela trocou o Rio por São Paulo e se increveu
numa pós-graduação. Continuar os estudos também foi a solução encontrada por
Carlos Dias, de 26 anos, que concluiu o curso de história e não conseguiu um
emprego. Ele partiu para a França, onde ingressou num curso de ciências
políticas. A experiência levou o historiador a se voltar para a carreira
diplomática. Agora, estuda em tempo integral para fazer a prova para o
Ministério das Relações Internacionais.
Para quem já se formou e teme o fantasma do primeiro desemprego, há opções,
todas elas muito bem-vistas pelos empregadores: mestrado, MBA e intercâmbio.
Para o jovem que ainda está na faculdade, a dica é ter essa preocupação desde
já. O gerente de talentos do Grupo Foco, Rudney Pereira, acredita que o futuro
profissional deve se preocupar ainda no início da faculdade em aumentar suas
chances de conquistar um emprego. Por isso, ele incentiva o aluno a participar
intensamente da vida acadêmica e se aproximar de professores com os quais se
identifica.
– Buscar espaço no mercado depende das soluções que você criou – completa
Rudney.
*Aline Conde e Bruno Rohde, da turma 2008 do Programa de Estágio
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