Atualmente, vivemos uma era em sociedade onde há uma forte variedade de pensamentos, valores e ideias. A razão disso, entre muitos motivos, pode ser a convivência entre diferentes gerações de pessoas. Esse contato aproximado tende a gerar certos desafios, mas os benefícios de lidar com uma multiplicidade aprofundada são visíveis no mercado. O estágio apoia esse tipo de relação, pois não tem uma idade máxima. Pensando nisso, hoje, resolvi falar um pouco mais sobre o tema e sua importância.
A variedade etária no mercado de trabalho
Tendo em vista dados de 2023, do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a força de trabalho no país era composta por indivíduos de diversas faixas etárias, cada uma com características específicas. Assim, jovens de 18 a 24 anos eram 23,4%. Essa é a galera, normalmente, mais beneficiada com o estágio, pois estão iniciando agora e buscam oportunidades de crescimento e desenvolvimento.Logo, tem o nível educacional em ascensão, ligados ao ensino superior.
No entanto, a maior parte dos trabalhadores (37,8%) têm entre 25 e 39 anos, apresentando maior estabilidade e vivências, exigindo, assim, melhores salários e cargos. Muitas vezes ainda conciliam trabalho com responsabilidades familiares. Já o pessoal de 40 a 59 anos era 31,2% da mão de obra ano passado. O perfil deles é composto pela procura por reconhecimento e segurança, pois, como um todo, possuem alto nível de conhecimento.
Por fim, 60 anos ou mais estava em último lugar (7,6%), devido a ser uma fase de transição para a aposentadoria. Essas análises consideram um panorama geral, porém há exceções, principalmente quando transições de carreira são levadas em consideração. De toda forma, cada um desses grupos estão mais próximos de uma geração distinta de pessoas.
As gerações presentes atualmente
Os Baby Boomers são nascidos entre 1946 e 1964, com fortes noções do pós-guerra e da prosperidade econômica. Assim, tendem a ser otimistas, ambiciosos e orientados para o sucesso, valorizando a liberdade individual, a auto expressão e a mudança social. Quem nasceu de 1965 a 1981 entra em outra divisão: a X. Marcados por uma ascensão tech, independência, ceticismo e adaptabilidade, enxergo-os valorizando o equilíbrio pessoal e profissional, autenticidade e criatividade.
Partindo para os anos 1981 a 1996, os Millennials (Y) testemunharam a expansão da Internet e a era digital, resultando em indivíduos conectados, empreendedores e com multitarefas. Ademais, valorizam a inovação, diversidade, colaboração e o impacto social. Em seguida, a Geração Z (1997 – 2010) se caracteriza por nativos digitais, engajados, conscientes, imersos na tecnologia e nas mídias sociais. Tem maiores ligações com a justiça social, sustentabilidade e a saúde mental.
De 2010 para os dias de hoje, outra era tem se formado, sendo o tempo dos Alfa. Responsáveis pela formação do futuro, já são, desde novos, moldados pela modernização avançada e alterações climáticas. Unindo criatividade, renovação e senso de comunidade, os vejo como visionários e focados em soluções para os desafios globais.
Nesse cenário, fica clara a mistura de visões de mundo proporcionada pelos convívios de cidadãos com criações e épocas completamente distintas. Todavia, apesar de parecer assustador lidar com tanta pluralidade, os proveitos disso são certeiros e fonte de aprendizado. Entre os benefícios da convivência intergeracional, há um enriquecimento do ambiente de ofício e as relações interpessoais, consequentemente gerando um compartilhamento de informações e ideias.
As oportunidades oferecidas com o estágio
De acordo com a norma 11.788/2008, a famosa Lei do Estágio, para contar com vagas na modalidade, é indispensável ter, no mínimo, 16 anos. Todavia, não há um limite, ou seja, qualquer estudante regularmente matriculado e frequentando a instituição de ensino pode estagiar. Para isso, é preciso ser aluno do ensino regular na educação superior, profissional (técnico), de ensino médio, da educação especial, ou dos anos finais do ensino fundamental, na modalidade profissional da educação de jovens e adultos, a EJA.
Ou seja, o molde apoia totalmente a diversidade etária dentro do meio laboral, propiciando chances de inserção para todas as gerações e indo a favor da rotina em comunidade. Dessa maneira, além de abranger as possibilidades para os interessados, ainda estende o leque de opções para a parte contratante. Ciente disso, ofereça esse tipo de oportunidade e aprimore o time interno! Isso movimenta a economia, contribui com a educação e tem um impacto social significativo na sociedade.
*Carlos Henrique Mencaci é presidente da Abres – Associação Brasileira de Estágios