A modalidade não é feita apenas para os jovens
Com a instabilidade no mercado de trabalho e as dificuldades em encontrar novas oportunidades, muita gente explora outros campos profissionais. Além disso, a pandemia provocou uma mudança de mentalidade na sociedade, levando as pessoas a valorizarem aspectos diferentes. No entanto, os indivíduos mais velhos enfrentam desafios adicionais, mas não há uma idade determinada para iniciar uma nova carreira e perseguir seus objetivos. Portanto, esses corajosos têm a chance de realizar estágios. Vamos discutir esse tema.
O mercado para as pessoas com mais idade
No contexto empresarial contemporâneo, a diversidade é reconhecida como um elemento fundamental para impulsionar a inovação e o desenvolvimento sustentável. Contudo, enquanto esse assunto ganha destaque, um aspecto crucial muitas vezes é negligenciado: a interação entre diferentes gerações. De acordo com estudo da Labora, 70% das organizações contrataram pouquíssimos ou nenhum colaborador com mais de 50 anos desde 2021, representando apenas 5% das admissões totais.
Cada faixa etária traz consigo experiências únicas e são ativos valiosos para o ambiente.
Entre as empresas mais conscientizadas, três iniciativas se destacam: treinamentos específicos para líderes, palestras e programas abrangentes para todos os integrantes. Embora haja um movimento positivo na incorporação do tema nos processos de gestão, apenas 20% das companhias têm um pilar dedicado à pluralidade geracional.
Entretanto, cidadãos mais velhos proporcionam inúmeras vantagens para as contratantes e podem ajudar os jovens na construção da carreira, inclusive, atuando lado a lado como estagiários. Afinal, segundo a lei 11.788/2008, para estar apto ao programa, basta ter mais de 16 anos e estar matriculado em uma instituição de ensino superior, profissional, médio e dos anos finais do ensino fundamental, na modalidade profissional da educação de jovens e adultos – EJA.
Como se reinventar profissionalmente?
Várias pessoas com vivências laborais procuram a oportunidade de se reinventar. Seja por necessidade de se manter ativo ou por desejo de explorar novos horizontes, há um vasto campo de possibilidades para quem está disposto a abraçá-las. A seguir, listo algumas orientações:.
Lifelong learning e requalificação:
Investir na aprendizagem contínua é crucial, pois o mercado está em constante evolução. Considere cursos para complementar suas habilidades existentes, utilizando plataformas disponíveis, muitas delas gratuitas. Lembre-se: a disposição para obter conhecimento demonstra adaptabilidade, uma qualidade altamente valorizada pelos recrutadores atualmente.
Networking:
Cultive sua rede de contatos, seja reativando conexões antigas ou estabelecendo novas. Participar de eventos do setor e grupos de discussão, especialmente em plataformas como o LinkedIn, pode abrir portas.
Valorização da própria história:
A sua caminhada é valiosa, mesmo em outra área. No entanto, é essencial trazê-la para o contexto atual. Atualize seu currículo e perfil on-line, destacando as habilidades transferíveis, disposição para atuar com tecnologia e colaborar com a equipe.
Flexibilidade:
Esteja aberto a diferentes possibilidades. A flexibilidade pode revelar oportunidades para aproveitar sua experiência e maturidade.
Acesso a recursos adequados:
Não hesite em buscar apoio, principalmente em agentes de integração. Esses recursos podem oferecer orientação personalizada e acesso a vagas.
Portanto, corra atrás do seu sonho e dê um restart na vida. Você ainda tem muito para ajudar na economia e na educação do país. Conte com a Abres nessa missão. Juntos somos mais fortes!
*Carlos Henrique Mencaci é presidente da Associação Brasileira de Estágios – Abres