Entenda como determinar a remuneração de um estagiário
Uma organização pode contar com as mais eficientes e abrangentes políticas de gestão de recursos humanos, oferecendo uma variedade de benefícios. Entretanto, o valor da bolsa-auxílio é sempre um aspecto crucial a ser considerado. Existe um número pré-determinado por lei? Uma base? Entenda tudo sobre o assunto neste artigo.
Alcançar a entrada na faculdade, iniciar uma pós-graduação ou curso técnico é um objetivo comum entre os jovens. Além do desejo de obtenção do diploma, o mercado de trabalho tem demonstrado uma crescente contratação de graduados, conforme indicado por um estudo do IDados, baseado na Pnad Contínua do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE.
De acordo com o Censo da Educação Superior de 2022, conduzido pelo Inep/MEC, 70,3% das matrículas em instituições de ensino superior estão na rede privada. Portanto, a probabilidade de os estudantes precisarem arcar com os custos acadêmicos é significativa. Assim, além de pesquisar sobre o curso desejado, é essencial também dar prioridade à constituição de uma reserva financeira.
Como definir o valor da bolsa-auxílio?
Quando se trata de abrir uma vaga de estágio, muitos empresários se veem diante da questão: como determinar o valor da bolsa-auxílio? Não há um valor mínimo estipulado por lei. No entanto, oferecer uma compensação competitiva é vantajoso tanto para a corporação quanto para os estudantes. As empresas desempenham um papel crucial ao atrair jovens e incentivá-los financeiramente a prosseguir seus estudos e ganhar experiência profissional.
É fundamental, em primeiro lugar, distinguir as duas modalidades de estágio. Conforme estabelecido no Art. 2º da lei 11.788/2008, o programa pode ser obrigatório ou não. No primeiro caso, a organização está auxiliando o aluno a obter o diploma e, portanto, a remuneração não é exigida. Já na segunda opção, é necessário oferecer alguns benefícios, previstos na legislação.
A sugestão é apresentar um valor atrativo e condizente com as responsabilidades do cargo. Afinal, o objetivo é motivar e reter um talento interessado em ampliar seus conhecimentos. Uma abordagem eficaz para determinar a quantia é basear-se em pesquisas realizadas por agentes de integração, considerando a média do mercado para cada área de formação. Além disso, é relevante levar em conta o custo de vida na cidade e os requisitos exigidos. Muitas vezes, esse dinheiro também é utilizado para ajudar nas finanças de casa ou até mesmo sustentar uma família.
O estágio representa uma oportunidade de conciliar experiência prática, renda e educação. Ao mesmo tempo, proporciona remuneração e estabelece uma carga horária máxima de seis horas diárias e 30h semanais.. Assim, é uma excelente maneira de introduzir pessoas em formação ao ambiente laboral. Portanto, é válido encarar o pagamento como um investimento em futuros executivos.
A relevância da bolsa-auxílio
Não há como fugir da realidade: um integrante com dificuldades financeiras ocasionará problemas para a organização. Assim, a área de recursos humanos possui um papel chave nesse aspecto. Logo, orientações sobre a melhor forma de utilizar esse dinheiro podem facilitar a vida pessoal desse estudante e, consequentemente, os resultados do estabelecimento.
Com o objetivo de mostrar a importância do assunto, a Associação Brasileira de Educadores Financeiros – Abefin divulgou uma pesquisa sobre a saúde financeira dos brasileiros. Segundo o levantamento, apenas 16% dos colaboradores conseguem pagar suas contas com a renda mensal e planejam seus gastos com antecedência.
Por outro lado, 84% dos entrevistados enfrentam dificuldades para lidar com o dinheiro, sofrem prejuízos ou não entendem de finanças. Isso converte-se em dívidas e, proporcionalmente, quanto maiores elas forem, menor será o rendimento profissional do indivíduo. Dentre os problemas gerados por essa situação, estão:
- Queda na produtividade
- Impacto direto no ambiente interno e relações com os colegas
- Aumento nos índices de absenteísmo, por causa de interesse e até doenças depressivas causadas por essa instabilidade econômica
- Eleva o turnover na companhia, gerando custos com demissões, treinamentos realizados, custos operacionais de contratação, entre outros
Assim, as lideranças devem elaborar ações como plano de carreira, política clara de pagamento, oportunidades de crescimento, além, é claro, da conscientização. Pensando nisso, é preciso um programa estruturado, com o intuito de mostrar ao time como realizar a mudança de comportamento. Por conta das vantagens da não criação de vínculo empregatício, como isenção de FGTS, INSS, 13º salário e 1/3 sobre férias, as organizações podem oferecer uma boa recompensa mensal para o iniciante.
Portanto, abra as portas do seu negócio para esse grupo cheio de energia e sonhos. Isso fortalecerá sua marca e contribuirá para o desenvolvimento do Brasil. Juntos em direção ao sucesso!
*Carlos Henrique Mencaci é presidente da Associação Brasileira de Estágios – Abres