O estágio é uma excelente oportunidade para iniciar na carreira. Entenda melhor sobre a modalidade
Temos passado por muitas mudanças no mundo, principalmente, nos últimos anos devido à pandemia. Muitas dessas transformações são decorrentes da tremenda aceleração tecnológica imposta por conta da doença. Isso tudo refletiu no mercado de trabalho e estágios também, mostrando o quanto o fator humano ainda é muito importante e me lembrou bastante o filme lançado recentemente nos cinemas “Top Gun: Maverick”.
A ação dirigida por Joseph Kosinski traz esse contexto à tona com um cenário de guerra, uma situação a qual observamos bem de perto por conta da Ucrânia. Ou seja, um assunto totalmente atual e muito em pauta na sociedade.
Na obra, Pete Maverick Mitchell, estrelado por Tom Cruise, é um piloto da Marinha com muita experiência, mas apesar dessa bagagem toda não conseguiu “decolar” na carreira. Nesse sentido, podemos observar várias coisas relacionadas ao mundo corporativo. Veja só:
1º A experiência por si só não basta para se dar bem na jornada de trabalho;
Sempre reforço, o estágio é uma grande oportunidade para nossa moçada, pois não exige-se a vivência profissional. Afinal, como ter essa experiência sem sequer dispor da chance de atuar no mercado? Não faz sentido. Por isso, a finalidade do modelo é oferecer essa possibilidade.
Assim, essa é uma forma de retenção vantajosa para os envolvidos, pois os gestores adquirem novos talentos motivados e os ingressantes, a tão sonhada prática. Além disso, sendo bem treinado pelo superior e com a vivência laboral, esse estudante pode inclusive ser admitido ao quadro efetivo da marca quando seu período máximo de permanência (dois anos) acabar ou mesmo antes pelo desempenho. As chances disso acontecer ficam entre 40% e 60%.
2º Saber atuar em equipe é essencial para concluir as “missões” com sucesso;
Na vida e, sobretudo, nas empresas, temos de conviver com vários indivíduos. Por isso, saber atuar em equipe é imprescindível. Ademais, uma operação colaborativa, com respeito à diversidade e inclusão, faz parte das estratégias de várias corporações e, com certeza, é uma tendência crescente. Logo, um cooperador qualificado não precisa saber mais em relação ao outro, mas, sim, atuar em conjunto, convivendo bem e conseguindo alcançar o melhor de todos os colegas e das tarefas.
3º Ouvir os supervisores é importante para realizar uma tarefa com êxito;
No início de uma jornada laboral ou a qualquer momento, ouvir e atender um gestor facilita o caminho e potencializa os resultados. No caso, Maverick por crer em sua experiência quis prosseguir na missão sem acolher a opinião de seu superintendente e acabou causando um grande transtorno. Isso também se aplica na vida real.
Logo, o ato educativo escolar supervisionado – estágio – como o nome sugere, é um tempo de aprendizagem também. Sendo assim, a atividade deve ter acompanhamento de um professor orientador indicado pela instituição de ensino e por líderes da companhia contratante com vistos comprovados nos relatórios.
Então, a corporação deve indicar um funcionário de seu quadro com formação ou prática na área desenvolvida no curso do estagiário para orientar e supervisionar até dez indivíduos simultaneamente. Ou seja, é uma grande chance para a nossa juventude dar o pontapé inicial na carreira.
4º Só a teoria não basta, é preciso aprender com a prática.
Esse último ponto é muito significativo e tem muita relação, em especial, com o estágio. Afinal, a modalidade tem como objetivo inserir os jovens no universo dos negócios, mas, sobretudo, fornecer-lhes conhecimentos práticos sobre a área aspirada.
Além disso, se preserva a moçada ativa, estudando e evoluindo. Isso porque quando mantemos um brasileiro na sala de aula, estamos não só dando saberes, mas a possibilidade de colocar a mão na massa e, com isso, ter renda para subsidiar sua instrução e até mesmo as despesas domésticas. Ou seja, movimentando também a economia do país.
Como funciona o estágio?
Em geral, a modalidade é uma aliada da educação. Isso porque é preciso ter idade mínima de 16 anos – não tem limite máximo – e estar matriculado no ensino médio, técnico ou superior, seja pós-graduação, mestrado, MBA (Master in Business Administration) ou até dos últimos anos da EJA (Educação de Jovens e Adultos).
Por conta disso, a carga horária deve ser compatível com as obrigações escolares e não pode ultrapassar seis horas diárias e 30 semanais. A finalidade é dar a oportunidade do indivíduo conciliar o aprendizado com o serviço. Aliás, diante do cenário atual, há também a possibilidade de atuar em home office ou de forma híbrida.
Quando o modelo é chamado de curricular, ele é obrigatório. Ou seja, definido como projeto do curso, logo, requisito para a aprovação e conquista do diploma. É uma categoria para quem precisa colocar a “mão na massa” para exercer a profissão, como para os cursistas de licenciaturas ou áreas da saúde, por exemplo. Por isso, nesse caso, a remuneração não é prescrita.
Já o formato extracurricular não é mandatório para concluir a formação. Assim, é válido como opcional e é determinado o pagamento da bolsa-auxílio, do auxílio-transporte e recesso remunerado.
Os benefícios para as organizações estão diretamente relacionados a não haver vínculo empregatício. Sendo assim, a contratante fica livre de pagar encargos trabalhistas, tais como o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), 13º salário, ⅓ sobre férias e eventual multa rescisória.
A Abres está disposta a ajudar as organizações, adolescentes e o país a garantir um futuro brilhante para a nossa juventude! Conte conosco e vamos voar alto neste país!
Carlos Henrique Mencaci é presidente da Abres – Associação Brasileira de Estágios