Como será o estágio no pós-pandemia? | Segs

Fonte: Segs |

O legado da crise para o mercado profissional é gigantesco, mas como fica a questão dos estagiários?

O novo coronavírus trouxe consigo uma quebra de paradigmas brusca e forçou a mudança da realidade de todo o planeta. Logo, no âmbito corporativo e até mesmo acadêmico, isso não poderia ser diferente. Assim, é preciso pensar no futuro do estágio e incentivar ainda mais esse tipo de admissão.

O mundo Vuca

Especialistas em gestão e carreira costumam sempre dizer sobre como vivemos em um mundo Vuca (sigla das palavras em inglês Volatility, Uncertainty, Complexity e Ambiguity). Traduzindo, estamos em um cenário de volatilidade, incertezas, complexidade e ambiguidade.

Tendo isso em mente, as principais habilidades humanas valorizadas para tentar lidar ao máximo com esse contexto são a criatividade, inteligência emocional e proatividade. Quem está mais apto a exercer essas questões senão os estudantes? Afinal, eles estão com conteúdos frescos aplicados em sala de aula e cheios de garra e vontade para colocá-los em prática.

Além disso, como as novas gerações são nativas digitais, ou seja, nasceram utilizando a tecnologia, isso agrega outro benefício para as empresas, pois terão talentos ágeis e com facilidade de aprendizado.

Como só é possível estagiar quem está na escola ou faculdade, essa é uma grande vantagem para esse estilo de contratação. Vale destacar: quem tem acima de 16 anos e está no ensino médio, técnico, superior ou nos dois anos finais do nível fundamental pela Educação de Jovens e Adultos (EJA), está elegível a essa oportunidade.

Home office

Outro grande benefício em acreditar na força desses alunos está relacionado à modalidade de home office, implementada por muitos empreendimentos durante esse momento. Como grande parte das instituições de ensino já migraram para o digital por conta da quarentena, até quem tem mais idade já está familiarizado com a tecnologia envolvida para exercer as atividades a distância.

Com isso, é possível construir um time com membros de todas as regiões do país, diverso e plural, adicionando ainda mais potenciais de sucesso para os negócios. Como a maioria das empresas já se adaptou aos processos seletivos a distância, com ferramentas como vídeo entrevistas, testes on-line e dinâmicas por ferramentas como Zoom, Meets ou Teams, as possibilidades só aumentam. Diversas outras soluções também favorecem o treinamento e a capacitação a distância para manter o rendimento das equipes.

Nesse sentido, não haverá estranhamento dos indivíduos contratados ao terem de realizar suas incumbências de casa. Os estilos híbridos serão uma forte tendência daqui para frente, nos quais os colaboradores irão alguns dias da semana para o escritório e os outros serão remotamente.

A boa notícia é justamente o fato de todo estagiário poder ser admitido nesse estilo de teletrabalho. A legislação vigente não se opõe a essa possibilidade e isso dá a segurança jurídica para seguir com esse formato de atuação. A pandemia deixa como um legado, portanto, a importância dos recursos digitais no contexto corporativo e abre um leque de possibilidades para a contratação e retenção de talentos dentro dos quadros das corporações.

Dessa maneira, você, gestor, esteja aberto às novas realidades e abra as portas para a força jovem. Essa será a grande missão do Brasil para o hoje e o amanhã!

*Carlos Henrique Mencaci é presidente da Abres – Associação Brasileira de Estágios

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