Qual o papel das instituições de ensino no processo de estágio?

Legislação ajuda a garantir proveito máximo para os estagiários

Certamente, para os estudantes, o estágio é um grande aliado. Isso porque o profissional iniciante entra para a corporação sem vícios de mercado e pode ser moldado de acordo com a gestão. Assim, quando o talento se destaca é bem provável sua efetivação, pois já está dentro da rotina e padrões da liderança. 

Além disso, a modalidade é uma forte colaboradora da educação. Afinal, de acordo com a Lei 11.788/08, para ser estagiário é obrigatório estar matriculado em uma escola ou faculdade, no nível médio, técnico ou superior. Por isso, as instituições de ensino (IE) são fundamentais nesse processo.

Segundo o artigo 7º da legislação, esses estabelecimentos educacionais celebram o termo de compromisso (TCE) com o educando, seu representante ou assistente legal e com a parte concedente. No documento deve conter as condições do ato educativo adequado à proposta pedagógica do curso. 

Ademais, a IE deve indicar um professor orientador, dentro da área a ser desenvolvida no estágio, como responsável pelo acompanhamento e avaliação das atividades do indivíduo. Também precisa exigir do jovem a apresentação periódica do relatório das tarefas em prazo não superior a seis meses.

A partir desse documento, os coordenadores de curso conseguem conferir se a companhia é séria e, realmente, está proporcionando um ambiente rico em aprendizagem. Inclusive, para eles, esse é um bom “termômetro” para compreender se estão formando profissionais com características e habilidades compatíveis com o mercado. Afinal, a universidade tem um papel fundamental na carreira da juventude. 

Vale lembrar: essas instituições precisam comunicar à parte concedente, no início do período letivo, as datas de realização de avaliações e férias acadêmicas. Assim, a empresa pode programar o recesso remunerado do colaborador alinhado com esse período escolar.

O regulamento, como um todo, foi elaborado para facilitar esse estilo de admissão entre os mais diversos setores. Afinal, ao afetar a educação os impactos se alastram. Então, o ato educativo escolar supervisionado é uma direção para movimentar o país e, também, diminuir as sequelas à economia. 

Nesse sentido, o estágio é um grande adversário também da evasão escolar, pois no Brasil, a maioria dos educandos precisa trabalhar para pagar a faculdade. Ou seja, sem um ensejo no mundo corporativo, muitos desistem dos estudos por falta de condições financeiras. 

Sendo assim, a opção é uma oportunidade para esses jovens voltarem para as salas de aula ou até mesmo continuarem seu processo de aprendizagem. Somando à chance de atuarem e se desenvolverem profissionalmente com uma carga horária reduzida, potencializando ainda mais a carreira desses indivíduos. Ou seja, o estágio é um financiador da educação no Brasil.

Portanto, as IEs são essenciais para o seu bom andamento e, por consequência, da inserção de estudantes no mundo corporativo. Há milhões de alunos prontos para construírem um futuro. Faça parte desse projeto e vamos juntos lutar pelo nosso país!  

Carlos Henrique Mencaci é presidente da Abres – Associação Brasileira de Estágios

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