Estudo traz valor de bolsa-auxílio paga a estagiários

O Núcleo Brasileiro de Estágios – Nube
divulgou a pesquisa Valores pagos aos estagiários
do Brasil, com a bolsa-auxílio paga por empresas
de pequeno, médio e grande porte em 2010 (*).
A média de bolsa-auxílio geral, ou seja,
considerando todos os níveis, é de R$
683,33, registrando uma queda de 3,2% em relação
ao ano passado. “Os motivos são a queda
no valor pago aos alunos do nível médio
e a redução da jornada diária dos
estagiários de 8 horas para 6 horas”, explica
Carlos Henrique Mencaci, presidente do Nube.

Os estudantes de nível superior recebem média
de R$ 765,25, caindo 5,03% de 2009 para 2010. Considerando
os cursos, Engenharia segue pelo terceiro ano consecutivo
como o primeiro do ranking com remuneração
maior, pagando R$ 1.022,30. Em segundo lugar está
Relações Internacionais (em 2008 não
aparecia na lista dos dez com melhor bolsa e em 2009
ocupava o sétimo lugar), com R$ 1.008,38. Em
terceiro vem Economia, mantendo a mesma posição
do ano passado, apesar de um aumento de 12,37% na bolsa-auxílio,
agora em R$ 999,27.

Já para o nível superior tecnólogo,
a média é de R$ 702,40, com um declínio
de apenas 0,66%. Secretariado, com bolsa-auxílio
de R$ 958,98 estreia na lista já em primeiro
lugar, deixando o curso de Mecânica em segundo,
com R$ 906,03. A terceira posição ficou
para a área da Construção Civil,
pagando R$ 896,95.

O ensino médio foi o mais atingido, sofrendo
redução de 8,55%, com uma média
de R$ 385,00. Uma das causas se deve ao artigo 17 da
nova lei, que limita a contratação dos
jovens desse nível em apenas 20%. Segundo dados
do Inep/MEC, há no Brasil 8.337.160 e de acordo
com dados da Associação Brasileira de
Estágios – Abres, apenas 250 mil desses estudantes
consegue estagiar, o equivalente a 3% do total. “Em
razão da demanda ser muito superior à
oferta, o mercado acaba pagando menos”, explica
Seme Arone Junior, presidente da entidade. No ensino
superior a situação não é
tão diferente: são 650 mil estagiários
para 5.080.056 matriculados, ou seja, meros 12,8% conseguem
uma colocação.

Consolidando o crescimento do nível médio
técnico, a pesquisa registrou aumento de 10,81%
na média, atualmente em R$ 517,70. Construção
Civil, no topo da lista em 2009, caiu para terceiro,
com R$ 620,83 de bolsa-auxílio, dando lugar à
sua frente para o curso de Química, com R$ 693,51
e Segurança do Trabalho, com R$ 685,31.

Conheça os dez cursos com as melhores bolsas-auxílio
no Brasil, separados por nível:

Nível Médio Técnico:
1) Química: R$ 693,51
2) Técnico em Segurança do Trabalho: R$
685,31
3) Construção Civil: R$ 620,83
4) Mecânica: R$ 615,93
5) Eletrotécnica: R$ 562,27
6) Edificações: R$ 562,24
7) Automação Industrial: R$ 548,35
8) Mecatrônica: R$ 543,95
9) Telecomunicações: R$ 536,56
10) Informática: R$ 511,74

Nível Superior:
1) Engenharia: R$ 1.022,30
2) Relações Internacionais: R$ 1.008,38
3) Economia: R$ 999,27
4) Química: R$ 897,45
5) Arquitetura e Urbanismo: R$ 896,35
6) Biblioteconomia: R$ 883,60
7) Nutrição: R$ 880,40
8) Estatística: R$ 864,70
9) Ciências Atuariais: R$ 817,61
10) Matemática: R$ 802,12

Nível Superior Tecnólogo:
1) Secretariado: R$ 958,98
2) Mecânica: R$ 906,03
3) Construção Civil: R$ 896,95
4) Mecatrônica Industrial: R$ 831,89
5) Processamento de Dados: R$ 791,03
6) Comércio Exterior: R$ 788,79
7) Gestão Ambiental: R$ 772,46
8) Tecnologia em Alimentos: R$ 765,00
9) Sistemas de Informação: R$ 655,00
10) Redes de Computadores: R$ 627,00

Para Eva Samanta Buscoff, analista de treinamento do
Cedep, Centro de Desenvolvimento Profissional, optar
por determinada carreira visando somente o ganho financeiro
não é uma boa ideia. “A escolha da
formação precisa respeitar as atividades
e áreas com as quais haja verdadeiro interesse
e afinidade. Seguindo esse caminho, o jovem terá
muito mais motivação para frequentar aulas
e aplicar o aprendizado à realidade da empresa”,
diz ela.

Ana Paula Santos está no segundo ano de Administração
e é estagiária da Total IP, empresa de
telecomunicações voltada para o mercado
corporativo. Sua escolha parece ser definitiva. “A
preocupação com a situação
financeira existe em qualquer profissão. E, para
mim, a resposta a essa questão é o nosso
empenho e aperfeiçoamento profissional, para
conquistar espaço”, afirma a universitária.

Apesar da quantidade de estudantes ser muito superior
à oferta de vagas de estágio, os candidatos
mais bem preparados conseguem se inserir no mercado
de trabalho. “Atualmente, as empresas valorizam
os jovens talentos, efetivando os melhores estagiários
ainda durante o período acadêmico”,
reforça Mencaci.

(*) O levantamento foi feito com 16.328 estagiários
de diferentes níveis do país, entre 22
de março a 23 de abril. Todos os participantes
têm os contratos assinados de acordo com as regras
da nova Lei do Estágio, nº 11.788/08. Site:
www.nube.com.br

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