Nube analisa valor da bolsa-auxílio

O Nube (Núcleo Brasileiro de Estágios) realizou uma pesquisa que visava
analisar os valores de bolsa-auxílio pagos aos estagiários. A pesquisa
Valores pagos aos estagiários do Brasil foi realizada na primeira
quinzena de abril e contou com a participação de 12.140 estagiários de
diferentes níveis em todo o País. Os valores variam entre R$ 488 e R$
961,90 para alunos do Ensino Médio, Técnico e Superior.

Para Carlos Henrique Mencaci, presidente do Nube, o resultado obtido
com a pesquisa mostra que a nova lei do estágio, que reduziu a carga
horária do estágio para no máximo seis horas por dia, entre outros
benefícios, não influenciou tanto quanto o esperado nos valores pagos
aos estudantes. “A redução da carga horária não influenciou tanto nos
valores da bolsa-auxílio, ao contrário das nossas expectativas. Eles se
mantiveram estáveis, o que é bastante positivo. A diferença no valor
das bolsas é pequena em relação à pesquisa realizada há um ano”,
afirmou Mencaci.

Todos os participantes foram contratados a partir de 26 de setembro de
2008, ou já tiveram seus contratos adaptados, segundo as regras da nova
legislação.

A média geral paga por um estagiário brasileiro é de R$ 705,96. Para o
Ensino Médio, R$ 421; para Médio Técnico, R$ 467,16; para Superior, R$
805,84 e para Superior Tecnólogo, R$ 707,07. “O valor da bolsa deve ser
compatível com o valor da mensalidade paga pelo estudante, já que 90%
dos estagiários arcam com os custos do estudo”, explicou o presidente
do Nube.

O impacto da nova legislação e da crise econômica diminuiu o número de
estagiários no Brasil. Levantamento da Abres (Associação Brasileira de
Estágios) mostra que o País tem 900 mil estagiários, sendo 650 mil no
nível superior e 250 mil no nível médio, para um total de 13,1 milhões
de estudantes.

Entre as áreas que têm maior valor de bolsa-auxílio no Nível Superior,
Mencaci destaca o curso de Engenharia. “O curso de Engenharia é sempre
um destaque, pois é bastante caro e muito difícil, assim, os estudantes
que estão nos primeiros anos não conseguem tempo para estagiar, por
isso é um curso bastante valorizado no mercado. Outros destaques são os
cursos de Arquitetura, Economia e Direito”.

Por outro lado, o presidente do Nube, lembra que o mercado segue a lei
da oferta e procura, pois isso, em alguns cursos a bolsa tem valor
menor. “Cursos como Educação Física e Turismo têm a remuneração baixa
devido à grande quantidade de estudantes para poucas vagas. O mercado
segue a lei da oferta e procura, além da capacitação dos alunos”,
explicou.

“A pesquisa também mostrou a postura que os estudantes estão adotando,
que usam como piso” para bolsa-auxílio o valor da mensalidade do seu
curso”, ressaltou o presidente do Nube.

Mencaci também comentou os outros níveis de ensino. “O Nível Médio
Técnico vem tendo um aumento no número de vagas e o valor pago na
bolsa-auxílio é bastante interessante, a capacitação obtida é muito
valorizada. No Nível Superior Tecnológico a capacitação está fortemente
ligado ao valor da bolsa”, afirmou.

“No início, foi necessária uma adaptação das empresas à nova lei. Em um
primeiro momento sofreram um grande impacto, mas já existe uma boa
retomada”, concluiu Mencaci.

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