Primeiro trimestre é melhor época para procurar estágio, dizem especialistas

Os meses de janeiro, fevereiro e março são os melhores para procurar
estágio, segundo a Associação Brasileira de Estágios (Abres), o Núcleo
Brasileiro de Estágios (Nube) e o Centro de Integração Empresa-Escola
(Ciee).

O motivo é a combinação da grande demanda com a baixa concorrência. O
Nube informa que o número de vagas deve aumentar em 20% no período. A
previsão da entidade é de 10 mil novas vagas sejam abertas neste
trimestre.

Já o Ciee prevê crescimento de 10% e abertura de mil novas vagas por dia no país – 250 só em São Paulo.

Motivos

Seme Arone Junior, presidente da Abres, explica que, nesta época do
ano, há pouca concorrência por causa das férias e porque muitos
estudantes mudam de ;área e desistem do estágio iniciado no segundo
semestre.

Carmen Alonso, gerente de treinamento do Núcleo Brasileiro de Estágios
(Nube), entidade associada à Abres, aponta vários fatores para a grande
oferta de vagas de estágio no primeiro trimestre.

Isso acontece, segundo ela, devido à abertura de novas vagas pelas
empresas no começo do ano, às oportunidades abertas no fim do ano e que
não são preenchidas porque os estudantes não são encontrados por
estarem em período de férias, e também às vagas desocupadas com a
conclusão do estágio e formatura dos alunos.

Arone Junior alerta os estudantes para que deixem todos os contatos
possíveis para serem localizados celulares, telefones de onde estarão
e, além disso, sempre consultem e-mail.

Segundo a gerente de treinamento do Nube, de janeiro a março, o aumento
no número de vagas chega a 20%. E não encontramos candidatos, pois
muitos estão em férias ou em intercâmbios no exterior e só retornam
para o batente no começo do ano letivo, comenta.

800 vagas por semana
Segundo Carmen, das 10 mil novas vagas
que devem ser abertas no trimestre, em média 70% são de nível superior,
18% de nível médio-técnico e 12% de nível médio. Carmen diz que no Nube
surgem em média de 700 a 800 novas vagas por semana. Atualmente há 2
mil vagas abertas.

Em 2008, foram abertas no Nube 1,04 milhão de vagas (695 mil para
ensino superior e 345 mil para médio e médio técnico). Para 2009,
Carmen prevê que sejam abertas 1 milhão de vagas por causa da crise
econômica.

No Nube, os cursos com maior número de vagas são administração de
empresas (41,5%), comunicação social (14%) e informática (10,2%). Os
outros cursos correspondem a 34,3% das vagas.

Administração é o curso coringa porque dá para trabalhar em várias
áreas. No nível médio técnico, os cursos com maior demanda são
infra-estrutura para telecomunicações e informática. Já para nível
médio as áreas com maior demanda são administrativa e de atendimento,
informa Carmen.

Segundo Arone Junior, os cursos com maior dificuldade para terem as
vagas preenchidas por falta de candidatos qualificados são engenharia,
estatística, biblioteconomia, economia, matemática, ciências contábeis
e secretariado executivo.

A média das bolsas na Abres é de R$ 429,94 para ensino médio, R$ 498,37
para ensino médio técnico e de R$ 760,78 para nível superior.

Mil vagas por dia
O Centro de Integração Empresa-Escola tem abertas atualmente mais de 7
mil vagas em todo o país mais de 2,5 mil no estado de São Paulo,
segundo Eduardo Oliveira, superintendente operacional da entidade.

Oliveira diz que o número de contratações nos primeiros três meses do
ano aumenta em média 10%. De acordo com ele, o Ciee espera que sejam
abertas cerca de mil novas vagas por dia no Brasil no primeiro
trimestre – só em São Paulo, a meta é de 250 novas vagas por dia.

Para o ano de 2009, ele espera um crescimento de 6,5 % em relação a 2008.

No Ciee, a maior demanda é para os cursos de administração,
informática, engenharias, direito, pedagogia, ciências contábeis e
economia.

Quem está nos últimos anos do curso tende a ter bolsa maior porque tem conhecimento maior, informa.

Lei do estágio
Segundo a Abres, de outubro a dezembro de 2008, a queda no número de
vagas chegou a 40% por causa da nova lei de estágio, que obrigou as
empresas a se adequarem às novas regras. Entre os pontos mais
importantes da nova lei estão limitação da carga horária, bolsa-auxílio
e vale-transporte para estágios não obrigatórios e recesso remunerado
de 30 dias.

As empresas congelaram vagas, pararam de contratar por não saberem
ainda como se posicionar nem como se adequar à nova lei. Foi um período
de ajuste. Agora as empresas voltaram a contratar, diz Carmen, do Nube.

Para Oliveira, do Ciee, as mudanças com a nova lei do estágio já foram
plenamente absorvidas pelo mercado. Ter estagiários é um bom negócio
porque não incidem encargos sociais e trabalhistas. Não cria vínculo
empregatício. É uma contratação de baixo custo para as empresas, diz.

Carmen diz que o estágio é muito importante para o estudante. Se o
estágio não for o dos sonhos, o estudante deve aproveitar essa
experiência para entender as funções de hierarquia, ter um bom
relacionamento com a equipe, boa comunicação dentro da empresa,
aprender a trabalhar em grupo e a importância da liderança, diz.

Os interessados podem se cadastrar nos sites da Abres www.abres.org.br, do Nube www.nube.com.br e do Ciee www.ciee.org.br.

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