Porta de entrada para o mercado

Marjorie Avelar No 3º período de Administração de Empresas, Virmondes Ramos Silva, de 23 anos, não quis esperar nenhum semestre a mais para começar o estágio. “Assim que a faculdade permitiu, me cadastrei em instituições na busca por um estágio. Em junho, eu consegui”, comemora. Desde então, trabalha em uma agência autorizada de uma empresa de TV a cabo, com carga horária de seis horas.

E as vantagens para o estudante cresceram: hoje, ganha 500 reais, mais comissão e vale-transporte na empresa anterior, com carteira assinada, chegou a trabalhar 12 horas por dia no setor de expedição, recebendo apenas 475 reais mais vale-transporte. “Isso prova que quem estuda tem mais oportunidades de conseguir melhor posição”, analisa. A expectativa dele é permanecer na empresa. “Tenho colegas que começaram como estagiários e foram contratados”, conta.

Virmondes faz parte do grupo de 4,6 milhões de universitários que conseguem estagiar apenas 15,5% do total, segundo a Associação Brasileira de Estágios (Abres). Em todo o País, há 55 mil vagas para estudantes de diferentes cursos, muitas delas divulgadas no site do Núcleo Brasileiro de Estágios (www.nube.com.br). Para Goiás, empresas como Gerdau, Nutrin, Petrobras, Unilever e Caixa Econômica Federal já começaram as inscrições para o 2º semestre. Há vagas para estudantes do ensino médio, técnico e superior, com bolsas-auxílio que variam entre R$ 350 e R$ 1,3 mil.

O universitário também tem a alternativa de se cadastrar em instituições como o Centro de Integração Empresa-Escola CIEE (www.ciee.org.br) e o Instituto Euvaldo Loudi IEL (www.iel.org.br). Somente nesta entidade existem mais de 500 vagas disponíveis para estágios, incluindo o ensino médio.

EXPERIÊNCIA
Segundo o administrador de empresas Marcelo de Souza Melo, coordenador da área de Integração Escola-Empresa do IEL, a preocupação com uma colocação no mercado, antes de se formar, deve ser prioridade, mesmo sem levar em conta o ganho financeiro. “No estágio, o aluno põe em prática tudo que aprende na teoria e, no mínimo, adquire experiência, se não for contratado pela empresa”, avalia Melo.

Conforme dados do IEL, dos 14.252 alunos encaminhados para estágios em 2007, 17,3% abriram o próprio negócio e 69% foram contratados. É o caso da psicóloga Juliana Aparecida de Almeida Gontijo, 24. Depois de seis meses como estagiária no setor de Recursos Humanos de uma faculdade, foi contratada, em janeiro deste ano. “Apesar de o estágio ter sido obrigatório, o que valeu mais foi a experiência e o fato de ter permanecido na empresa”, ressaltou. Pra Juliana, é importante que o universitário foque uma área do próprio curso para que as chances de ser contratado sejam maiores. “Tenho colegas que fizeram a opção errada e hoje estão desempregados”, conta.

Ainda de acordo com o IEL, o setor de serviços é o que mais abre vagas para estagiário, (70,4%), seguido da indústria (11,2%), comércio (10,2%) e serviço público (8,2%). Os universitários mais procurados, que correspondem a 77,6% das vagas de estágio do Instituto, são dos cursos de Administração de Empresas, Arquitetura, Ciência da Computação, Direito, Educação Física, Enfermagem, Engenharia (em geral), Pedagogia, entre outros.


RANKING

Setores com mais estagiários
Serviços70,4%
Indústria11,2%
Comércio10,2%
Serviço público8,2%

Vantagens
Oportunidade de colocar em prática o que se aprende na faculdade
Integração com o mercado de trabalho
Reafirmação da escolha profissional
Estudo contínuo
Conhecimento de outras áreas e conhecimento da realidade interna de uma empresa

Fonte: IEL

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