A temporada das seleções para estágio está aberta, tanto para quem tem nível médio, como para os que estão na faculdade. O número de vagas cresceu 10% em relação ao ano passado.
No estado de São Paulo há 12 mil vagas. “Você tem hoje uma oferta maior de vagas nos cursos de administração, comunicação social e TI”, explica Seme Arone Júnior, presidente Associação Brasileira de Estágios.
Para se candidatar a uma vaga de estágio, é preciso estar estudando e provar isso com a matrícula na escola. Não existe limite de idade, mas a maior parte dos estagiários tem entre 16 e 24 anos.
O salário inicial de um estagiário de ensino médio é de R$ 430. Quem está na faculdade ganha mais. Em áreas onde faltam profissionais, como a engenharia civil, os ganhos podem passar de R$ 1.400.
“Concorrer é difícil, porque a gente sabe que é muita gente concorrendo à mesma vaga. Dá um frio na barriga, mas dá para segurar”, diz Gislaine Santos, candidata.
Ao todo, 340 estudantes participam dessa etapa do processo. No final, apenas 15 vão conquistar a chance de começar a carreira profissional ainda antes de se formar.
As exigências dos empregadores variam, mas o candidato sempre vai precisar falar em público e fazer testes escritos. Por isso, capriche no português.
No ditado de 30 palavras, seis erradas significam a reprovação. “É muito importante para o jovem, porque quando ele for formado, ele vai fazer uma entrevista e já tem algum tipo de experiência. Isso faz a diferença. Ele consegue entrar em grandes empresas na frente de outros que não fizeram estágio”, afirma Carlos Henrique Mencaci, diretor da empresa.
Estagiários têm direitos e deveres bem definidos. Para começar, é preciso estar matriculado e ter mais de 16 anos.
“Ele não tem direito a fundo de garantia, férias, 13º salário e multa rescisória”, explica Mencaci.
“Você inicia o processo com testes de inglês, raciocínio lógico, conhecimentos gerais. Depois, no segundo funil, vem para um painel com um caso real e o último funil seria a entrevista com um sócio da empresa”, explica Cláudia Bronzoni, gerente de talentos.
Na sala, o grupo inteiro já passou pelo funil apertado da seleção. “Tem treinamento de um mês, com uma turma multidisciplinar”, explica Carlos Eduardo Mascob, estudante.
“A etapa inicial desse programa é justamente a rotatividade. Você uma hora está em um cliente financeiro, uma hora está em uma indústria automobilística, mudar os perfis, justamente para você ver o que você gosta mais”, afirma Carina Labbate, estagiária.
Como incentivo, Carina conta com o exemplo de Vagner, que começou como trainee e hoje ocupa a posição de sócio. “É preciso ter perseverança, saber trabalhar em equipe, sabe se comunicar com as pessoas”, garante Vagner Ricardo Alves, sócio da empresa.
Histórias assim se repetem. Nos escritórios de uma multinacional em São Paulo, o estágio é só o começo. “A gente tem que aproveitar este momento do estágio para aprender, para tirar o máximo de dúvidas possíveis porque é a hora que você vivencia na prática tudo o que você aprendeu na faculdade”, diz Mariana Martins, coordenadora de marketing.
“Acho que cada vez mais adquirir conhecimento e finalmente ser efetivada para seguir os passos da Mariana para uma carreira profissional”, acredita Michele Okuhara, estagiária.
Na empresa, a temporada de estágios começa no fim do mês com 180 vagas para estudantes universitários de diversas áreas.
“O funcionário que já foi estagiário é muito mais preparado. Ele já traz a experiência anterior que o ajuda a ir de igual para igual com os outros profissionais com que ele vai se deparar”, afirma Márcia Ara, gerente de Recursos Humanos. As informações são do G1, da Globo.