O crescimento do mercado de Tecnologia da Informação mundial deverá
sofrer nos próximos anos com um déficit de 3 milhões de profissionais
vagas de emprego abertas e não preenchidas por falta de mão-de-obra
capacitada. Segundo dados da Sociedade Brasileira para Promoção da
Exportação de Software (Softex) haverá, até 2012, 230 mil vagas de
emprego no segmento de software e serviços correlatos em aberto no
Brasil.
Este fenômeno tem se refletido, no país, em uma maior oferta de vagas
para estagiários dentro das empresas, de modo a formar o maior número
possível de profissionais, capacitando-os rapidamente para lidar com a
tecnologia e especializando-os para gerar resultados.
De acordo com Carlos Henrique Mencaci, presidente da Associação
Brasileira de Estágios (Abres), os estagiários de nível superior nas
áreas de computação e TI já perfazem cerca de 10% do total colocados
hoje pelas empresas filiadas à entidade, que são perto de 40. Ele
acredita que essa porcentagem deve se repetir no conjunto do mercado de
estágios.
De fato, hoje o maior número de ofertas de estágio são para os alunos
de Administração de Empresas, Comunicação Social e Informática, diz
Mencaci, segundo quem o Brasil tem atualmente 1,1 milhão de jovens
estagiando, dos quais 715 mil estão no ensino superior e 385 mil no
ensino médio/técnico.
A maior oferta de vagas nas áreas ligadas à TI, contudo, não tem
implicado em valores maiores de bolsa-auxílio para os estagiários. O
valor médio pago para um estagiário de Tecnologia de Processamento de
Dados nas pequenas, médias e grandes empresas é de R$ 922.
É uma bolsa maior do que a concedida para um estagiário de Arquitetura
e Urbanismo R$ 908 ou de Matemática, R$ 855. Mas bem menor do que a
oferecida para um estagiário de Engenharia (R$ 1.469), e inferior à de
um estagiário de Secretariado-Executivo Trilíngue (R$ 1.051) ou
Ciências Econômicas (R$ 1.005).