Estágio para 1,1 milhão de alunos

Valor de bolsa paga ao estudante no Brasil fica entre R$ 428 e R$ 1,9 mil
MARIANA FONTES
 

No Brasil, de acordo com números da Associação Brasileira de Estágios,
mais de 1,1 milhão dos estudantes estão estagiando atualmente. A fim de
traçar um perfil desses estagiários, o Núcleo Brasileiro de Estágios
(Nube) divulgou uma pesquisa sobre os valores médios das bolsas
oferecidas pelas empresas brasileiras. Para isso, entrevistou cerca de
15 mil estudantes de nivel médio, técnico e superior. O resultado
mostrou que os valores ficam entre R$ 428 e R$ 1,9 mil.
De
acordo com a pesquisa, a área mais bem remunerada é engenharia. A bolsa
dos engenheiros em formação giram em torno de R$1.469. Em seguida,
estão os estágios em administração pública (R$1.114) e secretariado
executivo (R$1.051). A pesquisa destacou ainda a remuneração nas áreas
de Arquitetura e Urbanismo (R$ 908), Química Industrial (R$ 908) e
Matemática (R$ 855).
A estudante de Arquitetura Carolina
Monteiro, 24, foge às estatísticas do Nube. Por hora, ela ganha R$
4,50. Trabalhando cinco horas diárias, no fim do mês, a bolsa de
estágio de Carolina fica em torno de R$ 500, bem abaixo da média
brasileira. Acho que o problema é que não existe como regulamentar
esse valor, acredita. Aluna do curso de Veterinária, Andreza Bezerra,
23, está há um mês empregada na Vigilância Sanitária. Ganha R$ 215 para
trabalhar quatro horas por dia. Vale a pena porque estou estagiando em
uma área muito boa, tenho perspectivas de crescimento, coloca. Entre
os cursos de nível técnico, os que oferecem melhores benefícios são os
de mecânica de previsão (R$ 869), construção civil (R$ 808) e
edificações (R$661). No fim da lista, estão os cursos de processamento
de dados (R$ 514), telecomunicações (R$ 514) e mecatrônica (R$ 488).
Para
muitos estagiários, mais do que colocar em prática os ensinamentos de
sala de aula e aprender na prática o oficio ao qual se destinam, o
estágio representa o primeiro passo em direção à independência
financeira ou mesmo a oportunidade de continuar estudando. A cada ano,
aproximadamente 1,4 milhão de alunos ingressam na faculdade, mas,
destes, apenas 736 mil se formam. A desistência, em boa parte dos
casos, é estimulada pela falta de condições financeiras.

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