Alta temporada de estágio

Incremento de vagas reflete o crescimento da economia e a substituição natural de estagiários, que ocorre nesse período

Está aberta a alta temporada de estágios. Os estudantes que precisam
ter os seus primeiros contatos no mercado de trabalho em sua área,
devem aproveitar esse período do início do ano para garantir uma vaga.
De acordo com a Associação Brasileira de Estágios (Abres), existem
disponíveis hoje no mercado cearense 4.200 oportunidades para estágios
para os níveis médio, técnico e superior, um montante cerca de 10%
maior do que o registrado em janeiro do ano passado.

Segundo o
presidente da Abres, Carlos Henrique Mencaci, o incremento no número de
vagas se dá, primeiro, como conseqüência do crescimento da economia
brasileira. Outro motivo é a natural substituição de estagiários, que
normalmente acontece nesse período do ano. ´Uma parte dos que terminam
o curso é geralmente contratada, e, quando não, abrem-se as vagas para
novos estudantes´, explica.

Mencaci garante que o estágio é o
melhor mecanismo de colocação no mercado. Uma prova disso é que, de
acordo com os dados da associação, cerca de 40% dos estagiários são
contratados após o término do período de treinamento. ´A maioria, na
verdade, acaba sendo contratada, de alguma forma. 55% deles acaba sendo
absorvidos pelo mercado de imediato, seja na empresa que estagiava ou
em uma outra, ajudados pela experiência que teve´, comenta.

As
oportunidades surgem nas mais diversas áreas de atuação, mas são os
estudantes de administração os que encontram mais portas abertas: 42%
das vagas são para estudantes deste curso. ´Esta é uma área curinga e
muito procurada porque pessoas desse curso têm a capacidade de
trabalhar em várias áreas dentro da empresa´.

Na seqüência vem o
curso de Comunicação Social, garantindo 14% das chances e, depois, a
área de Informática, com um percentual de 10,2%. Neste, o presidente do
Abres aponta que ainda há uma carência de pessoas qualificadas, o que
gera uma dificuldade de preenchimento das vagas. Ainda têm
significativa representatividade as Ciências Contábeis (3,8%) e Desenho
Industrial (1,5%). Os outros cursos somam os 29% restantes.

Existem, atualmente, cerca de 1,1 milhão de estagiários no País, segundo a Abres.

RECRUTADORAS FACILITAM

Entregar currículo ainda abre portas

O
antigo costume de sair de porta em porta entregando currículos ainda
não está ultrapassado. Segundo especialistas, ainda gera resultados
positivos. Entretanto, existem na Capital várias empresas recrutadoras
que podem facilitar esse processo de colocação no mercado. Várias
agências de estágio recebem incontáveis currículos para fazerem esse
elo entre o estudante e a empresa.

O Núcleo Brasileiro de
Estágios (Nube), por exemplo, está oferecendo 60 vagas para estudantes
do ensino médio, técnico e superior no Estado. O setor de serviços,
aqui, é o que está garantindo as maiores oportunidades, segundo afirma
o diretor presidente do Nube, Sene Arone Junior.

´Bancos,
financeiras, ONGs [Organizações Não Governamentais] e empresas de
serviços de tecnologia têm oferecido uma número elevado de chances´.
Segundo ele, com o crescimento da economia brasileira, várias outras
espaços estão surgindo para estudantes de engenharia, Tecnologia da
Informação e Economia.

Mas as áreas campeãs de oportunidades
geralmente são as mesmas, em todo o País. No Instituto Euvaldo Lodi
(IEL), por exemplo, das 80 vagas abertas neste mês, 40% foram para
Administração. A Informática, segundo a gerente de Estágios e Novos
Talentos do instituto, Aurinele Freire, também possui muita oferta.
Entre todos os cursos, ainda existem 50 colocações a serem preenchidas
no IEL, nas 430 empresas conveniadas. Outras cerca de 25 vagas estão
abertas na Controller Desenvolvimento, que seleciona estagiários para
mais de 80 empresas. As áreas de Tecnologia da Informação,
Desenvolvimento de Software, Contabilidade, Administração e Marketing
contam com as principais vagas. Um campo novo também está se abrindo
para as áreas de Mecânica, Eletrotécnica e Mecatrônica.


PROTAGONISTAS

Otimismo com possibilidades

Paulo José Albuquerque

Cursando
o quarto semestre do curso de Desenvolvimento de Software no Centro
Federal de Educação Tecnológica (Cefet), o estudante Paulo José
Albuquerque está em busca de seu primeiro estágio na área. ´Ainda é
difícil, porque não tem muitas empresas aqui que oferecem vagas nessa
atividade´, afirma. Entretanto, Albuquerque, que pretende intensificar
a procura, está otimista com a expectativa de entrada de novas empresas
de desenvolvimento de software aqui no Estado.

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