Estagiário poderá ter férias e jornada de apenas 30 horas

Projeto de lei também garante
vale-transporte

 
Direito
a tirar férias por 30 dias, ao vale-transporte obrigatório e a jornada
de
trabalho de
finida. Essas foram
algumas
das mudanças aprovadas pe
la Câmara dos Deputados, no Projeto de Lei 993/2007, do Governo federal,
que altera
regras do estágio para estudantes de ensino médio, técnico ou superior
.


A proposta prevê que após um
ano de estágio o estudante pode ter descanso
remunerado
junto às férias escolares. A carga horária máxima diminuiu de oito para
seis
horas diárias, 30 semanais, e o vale-transporte se tornou obrigatório.
Mesmo
que a empresa decida conceder vale-refeição e assistência médica, não
ficará

caracterizado o vínculo de emprego.


Uma das mudanças mais discutidas foi a
limitação de
estágios para estudantes do ensino médio. Nas empresas acima de dez
funcionários, é preciso manter 20% do quadro com estagiários. Antes da
aprovação, eram 10%. Nas que têm entre seis e dez, são dois estudantes,
e nas
de um a cinco, só um. Para os estágios de nível técnico e superior não
haverá
limite.


Para o
presidente da
Associação Brasileira de Estágios (Abres), Carlos Henrique Mencaci, o
projeto é
positivo, pois dará seg
urança
às
empresas, para contratar mais estagiários. No entanto, com as
limitações feitas
no ensino médio, os 350 mil estágios podem sofrer redução.
“Infelizmente,
essa faixa, que tem 9 milhões de estudantes, é um dos focos do emprego
precário
e maior volume de abandono escolar por falta de renda, cerca de 45%”,
frisa.


Para o consultor
da VerbaNet
Legislação Empresarial e especialista em direito trabalhista, Rodrigo
Napier,
as mudanças são positivas ao ampliar direitos não assegurados em lei.
“Mas
a Lei 6494/77 (do estágio) é clara e determina a obrigação das
entidades de
ensino e empresas acompanharem o aprendizado do estudante. O que é
preciso é
criar fiscalização por entidades de classe, como OAB e sindicatos,”
diz.

Votado
com urgência e encaminhado ao Senado, o objetivo do projeto é acabar
com os
falsos estágios. Hoje, há um milhão de estudantes em atividade no país,
segundo
a Abres


Parlamentares acreditam em demissão em
massa

 

Cerca de 400 mil
estagiários
podem ser dispensados com a aprovação do projeto que amplia os direitos
dos estudantes
que trabalham. Essa é a opinião do senador Osmar Dias (PDT- PR), que
acredita
que a medida fortalece a informalidade.

“Não é limitando
estágios que o Governo vai qualificar trabalhadores e gerar empregos,
afirma.
Ele é autor de um outro projeto, o 473/03, que propõe incentivos
fiscais às
empresas que contratarem estudantes, limite de dois anos para duração
do
estágio e  férias de 15 dias.

Para o consultor
Rodrigo Napier,
da Verbanet, o projeto é positivo, pois se preocupa com a formação
profissional
do jovem. “Mas é difícil criar isenção de tributos ou benefícios
fiscais
de um dia para o outro, pois se tratam de áreas diferentes, afirma.

Napier também
acha difícil
saber quantos estudantes serão prejudicados. “Para cada estagiário, é
preciso um profissional que o acompanhe. Sem contar que as empresas
podem
demitir pais de família para contratar estudantes. O custo é bem mais
baixo”, diz.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *