Dos 20 milhões de estudantes no Brasil, apenas 5% conseguem estagiar

Entenda o panorama do mercado de estágios no Brasil 

O estágio desempenha um papel central no desenvolvimento profissional de jovens estudantes. Recentemente, a Abres (Associação Brasileira de Estágios) agregou dados ao Censo da Educação, disposto pelo Inep/MEC, para trazer números sobre o mercado de trabalho no Brasil. Em 2023, os dados revelaram a grande disparidade entre o total de alunos e o número de estagiários no país, evidenciando uma lacuna significativa. 

A realidade do estágio no Brasil: dados e desafios

De acordo com dados da Abres, o Brasil conta com 10.090.568 alunos no ensino médio e técnico, mas apenas 264 mil estão estagiando (2,61%). No ensino superior, entre os 9.976.782 graduandos, apenas 836 mil realizam estágios, ou seja, cerca de 8,38%. Esses números revelam como, dos mais de 20 milhões de jovens potencialmente aptos a estagiar, apenas 5,48% têm a oportunidade de vivenciar essa experiência crucial para o ingresso no mercado de trabalho.

Em um país de dimensões continentais, a distribuição geográfica também apresenta variações. A região Sudeste, com sua maior concentração de estudantes, lidera o número de estagiários, concentrando 60% das vagas, enquanto o Norte tem apenas 2,22% em relação ao número total de discentes.

O estágio é acelerador de carreiras

O estágio não é apenas uma exigência curricular, mas uma verdadeira ponte entre o mundo acadêmico e o mercado de trabalho. Ele permite aos estudantes adquirirem experiências práticas, desenvolverem competências essenciais como comunicação, resolução de problemas e criatividade, todas amplamente valorizadas pelos empregadores.

Segundo pesquisa realizada pela Abres, entre 40% e 60% dos estagiários acabam sendo efetivados, demonstrando uma chance real de inserção na dimensão empresarial.  As empresas, por sua vez, se beneficiam dessa troca, pois têm acesso a jovens talentos com ideias frescas, passíveis de se adaptarem facilmente às novas demandas e à transformação digital em andamento.

A contribuição do estágio para a formação profissional

A transformação do ensino superior no Brasil tem sido impulsionada pelo crescimento de instituições privadas e pela crescente adoção do ensino a distância (EaD). Em 2023, 49,2% dos alunos estavam matriculados em cursos EaD, permitindo maior flexibilidade para estudantes de diversas regiões do país. Conforme minha experiência, isso reflete Isso é um as mudanças nas preferências de ensino e o impacto da tecnologia na educação.

Com a ascensão da Inteligência Artificial (IA) e da automação, as exigências do mercado de trabalho também estão mudando rapidamente. Para os jovens da Geração Z, a experiência adquirida no estágio será ainda mais fundamental. Vale lembrar: o ato educativo prevê a conciliação dos estudos da sala de aula com as atividades práticas empresariais. Por isso, é limitado a 6 horas diárias e 30h semanais. 

Estágio é motor do desenvolvimento 

É certo como o estágio é uma ferramenta essencial para a formação dos profissionais do futuro. As corporações também ganham muito com essa relação. Afinal, além dos incentivos fiscais, também melhoram as taxas de turnover, aproveitam as novas ideias de quem está em constante aprendizado e renovam criativamente o espaço laboral. 

Por isso, a Abres incentiva: abra as portas do seu negócio para quem chega agora no mercado de trabalho. Isso auxilia a economia brasileira, entregando poder de compra, incentiva a educação, por necessitar da matrícula regulamentada, e ainda evolui a empresa e o estudante. Juntos, prosperaremos nossa nação! 

*Carlos Henrique Mencaci, presidente da Associação Brasileira de Estágios (Abres)

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