Com as inovações tecnológicas, nós estamos, cada vez mais, vivendo uma revolução em processos e atividades. A própria Inteligência Artificial, por exemplo, é um assunto em alta o qual me fascina e traz a necessidade de atualização constante. Nessa realidade, as 24h do dia não parecem suficientes para realizarmos todas as tarefas, necessitando de uma melhor gestão do tempo para atingir os objetivos.
No mercado de trabalho, quando segue-se o regime CLT (Consolidação das Leis do Trabalho), a soma das horas de cada semana não pode ultrapassar 44h e diariamente, devendo estar dentro de 8h, segundo o artigo 58 da lei. No entanto, para o estágio esse período é ainda menor. Logo, trago um questionamento sobre a produtividadel. Afinal, quanto menos horas o rendimento será menor? Falarei mais sobre essa questão agora!
O que é estágio?
Regido pela norma 11.788, de 2008, denominada Lei do Estágio, a modalidade é definida como um “ato educativo escolar supervisionado, desenvolvido no ambiente de trabalho, que visa à preparação para o trabalho produtivo de educandos”. Então, tem como objetivo principal, preparar essa moçada para o futuro dentro do universo corporativo, em um processo de união do aprendizado com a prática. Logo, para pleitear vagas nessa esfera, é indispensável ter, no mínimo, 16 anos, ser um estudante regularmente matriculado e frequentando algumas das alternativas de formação aceitas.
A carga horária do estágio
Seguindo a premissa de auxiliar no desenvolvimento acadêmico, não é criado um vínculo empregatício, dividindo o contrato entre obrigatório para a obtenção do diploma ou não. No primeiro caso, é definido no projeto do curso e, no segundo, é desenvolvido de maneira opcional. Todavia, em ambas as situações, a jornada segue a mesma: 4h diárias e 20h semanais, para educação especial e dos anos finais do ensino fundamental, na modalidade profissional da educação de jovens e adultos; ou 6h diárias e 30h semanais, para ensino superior, educação profissional de nível médio e ensino médio regular.
Dentro dessas determinações, há algumas questões a serem analisadas, pois, caso a carga horária máxima seja ultrapassada, poderá ser caracterizado vínculo entre as partes. Dessa maneira, é interessante mencionar como a liberação no período de provas é uma possibilidade para o aluno. A razão disso segue o conceito do molde de não atrapalhar os ensinamentos e desempenho escolar. No entanto, a instituição de ensino precisa enviar o cronograma das avaliações no início do período letivo e as horas não trabalhadas poderão ser descontadas da bolsa-auxílio, à critério da contratante. Outro ponto a ser lembrado é o fato do estagiário ter direito a um intervalo dentro do seu percurso de atuação diária.
Quando se diz respeito a cursos com alternância entre teoria e prática, quando não estiverem programadas aulas presenciais, essa duração poderá ser de até 40h na semana. Porém, essa circunstância necessita ser prevista no projeto pedagógico. Por fim, há um limite de dois anos de um mesmo talento dentro de uma empresa. Quando chega a esse ponto, é o momento dos gestores resolverem se irão realizar uma efetivação e acrescentar mais um nome ao quadro de colaboradores fixos, ou dispensar e iniciar um novo processo seletivo.
Como há uma boa produtividade em menos tempo de trabalho?
Tendo em vista a menor jornada desse público, é comum um certo ‘pé atrás’ com o real aproveitamento da atuação. Contudo, a falta de uma administração bem feita do próprio tempo precisa ser levada em consideração quando se faz um recorte ao meio laboral. Isso porque trabalhar muito não significa, necessariamente, estar ocupado por muitas horas. Na verdade, o rendimento tem a ver com um gerenciamento correto do dia e um melhor uso dos recursos disponíveis, como atenção e energia. Assim, a noção de produtividade se mostra equivocada quando se limita apenas à quantidade de atividades finalizadas, sem englobar qualidade e o impacto.
Nesse viés, o estágio oportuniza, além de um aperfeiçoamento das capacitações do contratado, uma chance única do empreendedor aprimorar sua equipe com iniciantes engajados e motivados a começar no mercado. A vivência é, desse jeito, uma opção favorável, se o desejo é alavancar o time interno com o potencial de quem ainda está se consolidando. Ademais, contribui ativamente para a educação e economia no país, garantindo vantagens competitivas a todos os envolvidos. Apoie esta causa e abra as portas da sua organização! Conte com os associados da Abres para auxiliar nesse processo!
*Carlos Henrique Mencaci é presidente da Abres – Associação Brasileira de Estágios