Entenda mais sobre essa comunidade para também crescer em conjunto
Segundo a ONU (Organização das Nações Unidas), a Geração Z corresponde a 32% da população mundial. Só aqui no Brasil, são 47 milhões de pessoas nessa faixa etária, conforme dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Desses jovens, 48% são economicamente ativos e fazem parte do mercado de trabalho. Entre eles, muitos são estagiários e desenvolvem suas habilidades na corporação. Hoje, decidi falar dessa moçada e quero esclarecer alguns mitos e verdades sobre essa atuação profissional.
Como é a Geração Z no mercado de trabalho?
Eles já nasceram conectados, em média, são provenientes da segunda metade da década de 1990 até cerca de 2010. Diante de um mercado dinâmico e em constante mudança, esse grupo tem expectativas e enfrenta desafios de uma forma diferente, quando comparados com os millennials e boomers. Todavia, boa parte já ingressou na dimensão empresarial ou está se preparando para isso.
Por um lado, a Gen Z acumula uma bagagem com várias habilidades importantes para o atual cenário econômico, sobretudo por sua fluência digital, vontade de entender sobre diversos assuntos e uma grande capacidade de adaptação. Em contrapartida, toda essa revolução implica em transformações nos processos seletivos, na forma como os gestores administram, entre outras adequações da cultura organizacional.
Três mitos sobre a Geração Z no mercado de trabalho
A fim de quebrar alguns paradigmas, principalmente aquelas barreiras das quais abri mão após conviver com eles, quero elucidar alguns mitos envolvendo a Geração Z. Veja:
1) A Geração Z não tem comprometimento com o trabalho: MITO!
De maneira geral, a dificuldade de gerir a Gen Z vem, em muitos casos, da mentalidade da geração. Isso porque eles interpretam a carreira de uma maneira diferente, tentam romper padrões estabelecidos anteriormente, hoje, considerados antiquados ou obsoletos. Revisar os processos é uma boa estratégia para se atualizar e continuar competitivo no mercado.
2) A Geração Z não tem educação no trabalho: MITO!
É preciso ressaltar como algumas questões comportamentais, durante a entrevista ou mesmo após a contratação, vêm da educação recebida em casa. Na maioria das vezes, não se trata de uma característica geracional.
3) A Geração Z prefere trabalhar de forma remota: MITO!
Percebi pelos meus filhos como a pandemia os impactou de uma maneira mais severa. Quem estava procurando uma vaga, principalmente em 2020, foi apresentado ao home office, como a única maneira de ter segurança e ainda assim conseguir desempenhar suas funções. Isso moldou as expectativas em relação ao mercado como um todo, mas não necessariamente representa uma verdade.
A Geração Z é uma forte aliada das empresas
Um ponto de atenção para os coordenadores é focar na flexibilidade entre o profissional e o pessoal. Esse grupo valoriza ter mais tempo com a família, focar no bem-estar e ampliar sua qualidade de vida. Segundo um estudo do LinkedIn, 38% dos entrevistados preferiram o modelo híbrido de trabalho justamente por permitir manter uma rotina em casa e no escritório de maneira saudável.
Ignorar o potencial dessa geração é quase como um “tiro no pé” para as empresas. Em alguns anos, eles assumirão a hierarquia e estarão no alto escalão corporativo, por isso, é preciso treiná-los e incentivá-los a dar o melhor de si. São dedicados e, quando estimulados, focam em seus objetivos e os buscam com táticas inteligentes.
Abra as portas da sua empresa para quem chega agora e aposte em uma atualização do negócio. Assim, construiremos um mercado de trabalho mais dinâmico e inclusivo, incentivando o futuro do Brasil e dos nossos jovens.
*Carlos Henrique Mencaci é presidente da Abres – Associação Brasileira de Estágios