A boa relação entre líderes e colaboradores forma uma empresa de sucesso
Cada vez mais, a relação entre os gestores e suas equipes passa por mudanças e se torna próxima. Especialmente após a pandemia, esse laço se estreitou e algumas atitudes não são mais aceitas e outras passaram a ser mais valorizadas. Portanto, o contato precisa ser humanizado e os líderes devem ficar atentos a esse tema, principalmente com os estagiários, pois são representados, em sua maioria, pela nova geração. Por sempre defender essa classe e tentar expandir a mente da sociedade sobre o assunto, escolhi o tema para protagonizar este artigo.
A liderança humanizada traz benefícios para o próprio negócio
Há tempos, muito se fala sobre a necessidade de transformação, sustentabilidade e humanização nos negócios. Algumas empresas já estão agindo para enfrentar as crises deixadas pelos integrantes anteriores, como as relacionadas ao clima e ao meio ambiente. No entanto, muitas corporações ainda parecem ignorar as mudanças necessárias para os novos tempos.
De acordo com o relatório Conscious Capitalism and the Leadership of Care, da LLYC, as companhias devem ter como objetivo principal a geração de impactos positivos na sociedade, para o lucro ser uma consequência direta dessas ações. Nesse contexto, o comando é essencial. Para impulsionar esse movimento, é preciso desenvolver auto responsabilidade e habilidades socioemocionais. Essas e outras competências, chamadas de soft skills, ganharam bastante relevância recentemente.
Atualmente, a saúde mental é uma das principais preocupações da população e, por isso, deve existir um cuidado emocional dos gestores com seus subordinados. Isso terá um efeito positivo não apenas na satisfação do time, mas no empreendimento como um todo. Afinal, humanizar as relações laborais e construir vínculos verdadeiros é uma tarefa urgente. Quando o chefe se mostra disponível e parceiro dos estagiários, eles respondem com aumento na produtividade, motivação e engajamento
Os colaboradores necessitam encontrar um ambiente saudável para lapidar seus talentos e contar com uma supervisão responsável e capacitada para orientá-los. Esse novo modelo exige uma postura mais consciente e a aplicação de novas habilidades, como comunicação empática, flexibilidade cognitiva, inteligência relacional e influência inspiradora. Logo, a alta cúpula deve estar disposta a olhar para dentro de sua equipe e aprender com os membros, reconhecendo e valorizando as individualidades de cada um. Isso contribui para o fortalecimento do grupo e a cultura corporativa.
Portanto, confira algumas dicas para melhorar o clima organizacional:
Olhe a parte interna antes da externa:
Há várias razões para aumentar a pluralidade do grupo contratando pessoas diversas. Isso é um passo importante na transformação da entidade, porém, antes de olhar para fora, é essencial prestar atenção nos integrantes já presentes. O que é feito para realmente incluir as mulheres? Como são valorizadas as características únicas de cada um? A partir dessas reflexões, é possível estabelecer metas mais concretas e ampliar seu alcance.
Lideranças empáticas:
Recentemente, aconteceram grandes reformulações no universo laboral, com demissões em massa e alteração no modo de enxergar o trabalho. Nesse momento, é hora de todos ficarem mais próximos e se acolherem uns aos outros. Isso cria um espaço seguro e os membros se sentem parte de um propósito. Por sua vez, trará mais força em outras causas adotadas pela gestão.
Colaboradores alinhados aos valores organizacionais:
De acordo com a última pesquisa realizada pelo LinkedIn, 60% dos entrevistados pretendem mudar da empresa atual ainda este ano e 20% deles já estão em busca ativa por novas posições. Cada vez mais, surge a necessidade de conectar os integrantes aos valores do local. Embora o salário e os benefícios sejam determinantes, eles não são mais os fatores decisivos para a escolha dos indivíduos qualificados.
Por que investir em estagiários?
Para fomentar essas contratações, a Lei 11.788/08 promove algumas vantagens para quem aderir ao programa. Por não se tratar de um vínculo empregatício, há a isenção de impostos e direitos trabalhistas, tais como FGTS, INSS, 1/3 sobre férias, multa rescisória de 40% e 13º salário. Além disso, existem pontos positivos mais subjetivos e difíceis de mensurar. A corporação terá ideias atuais e inovadoras desse pessoal mais atualizado e engajado. Afinal, para exercer essa função, é obrigatório estar regularmente matriculado nos níveis superior, profissional, técnico, médio, da educação especial e dos anos finais do ensino fundamental, na modalidade profissional da educação de jovens e adultos, a EJA.
As vantagens podem ser visualizadas no dia a dia e proporcionam segurança para uma efetivação futura, pois esse colaborador já estará há algum tempo lá dentro, sendo acompanhado. Dessa forma, será possível conhecê-lo melhor junto ao seu trabalho, pontualidade, dedicação, dentre outras qualidades. Logo, é possível ter um “leque” maior de possibilidades, pois a contratante terá um jovem empolgado com a profissão, cheio de novidades e sugestões, podendo ser usadas para melhorias.
Outra especificidade é na admissão e rescisão do acordo. Ele pode ser encerrado a todo momento, sem aviso prévio, por qualquer uma das partes e, como dito, sem o pagamento de taxas. Caso tenha essa necessidade, a reposição pode ser feita com rapidez e qualidade. Segundo o último censo Inep/MEC, existem mais de 17,4 milhões de pessoas aptas a essa condição, mas apenas 900 mil, pouco mais de 5%, têm essa oportunidade. Apesar da legislação só permitir a permanência por até dois anos na mesma companhia, dependendo do empenho e dedicação durante o processo, é possível continuar com esse indivíduo, registrando por meio da CLT. Dessa forma, é uma maneira de lapidar um futuro integrante do quadro de funcionários conforme os costumes e as regras ali estabelecidas.
Investir nas pessoas de forma adequada e cuidadosa, considerando todas as necessidades, quando realizado de maneira consistente, reflete na percepção dos colaboradores sobre a organização e, consequentemente, em seu desempenho nas outras práticas de responsabilidade adotadas posteriormente.
Portanto, abra as portas do seu negócio para essa juventude motivada, ávida por mostrar seu potencial e contribuir para o desenvolvimento. Dessa forma, além de fortalecer sua equipe, você estará colaborando com a economia e a educação do Brasil. Essa luta é de todos nós. Conte com a Abres!
*Carlos Henrique Mencaci é presidente da Associação Brasileira de Estágios – Abres