Essa prática ajuda os colaboradores a terem mais qualidade de vida
Uma empresa pode contar com as melhores e mais amplas políticas de recursos humanos e oferecer variados benefícios. Contudo, o valor da bolsa-auxílio sempre será um aspecto levado em consideração. Afinal, apesar de não ter um valor pré determinado por lei, deve ser uma quantia de acordo com o local de atuação do estagiário, as competências necessárias, tarefas executadas e o suficiente para ele preferir essa modalidade.
Debater esse tema nessa etapa da carreira é fundamental. Afinal, a maioria dessa classe é composta pelos mais novos. Por conta de uma obrigação da Lei de Estágio, para participar do programa, é preciso estar regularmente matriculado e frequentando uma instituição de nível superior, técnico, médio, da educação especial e dos anos finais do ensino fundamental, na modalidade profissional da educação de jovens e adultos, a EJA.
Iniciar uma faculdade, ingressar na pós-graduação, curso livre ou técnico é um objetivo comum entre os jovens. Além do sonho de se formar, o mercado de trabalho tem contratado cada vez mais candidatos qualificados. De acordo com estudo do IDados, com base na Pnad Contínua do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, o número de empregados com pelo menos o ensino superior incompleto já ultrapassou o nível de antes da pandemia, com alta de 660 mil trabalhadores, totalizando mais de 2 milhões.
Segundo o Censo da Educação Superior 2020, realizado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira – Inep, 77,46% das matrículas em universidades estão na rede privada. Logo, a chance do discente precisar pagar por seus estudos é muito alta. Por isso, além de analisar o curso desejado, também é fundamental priorizar uma reserva.
A relevância da bolsa-auxílio
Não há como fugir da realidade: uma pessoa com dificuldades financeiras causará problemas para a corporação. Assim, a área de RH possui um papel determinante nessa questão. Logo, orientações sobre a melhor maneira de utilizar esse recurso podem facilitar a vida pessoal desse estudante e, consequentemente, os resultados do estabelecimento.
Com o objetivo de mostrar a importância do assunto, a Associação Brasileira de Educadores Financeiros – Abefin divulgou uma pesquisa sobre a saúde monetária dos brasileiros. Segundo o levantamento, apenas 16% dos colaboradores conseguem pagar suas contas com a remuneração mensal e planejam seus gastos com antecedência.
Por outro lado, 84% dos entrevistados enfrentam dificuldades para lidar com o dinheiro, sofrem prejuízos ou não entendem de finanças. Isso se converte em dívidas e, proporcionalmente, quanto maiores elas forem, menor será o rendimento do indivíduo. Essa situação gera problemas como a queda na produtividade, impacto negativo no ambiente interno e relações com os colegas, aumento nos índices de absenteísmo e presenteísmo, por falta de interesse e até doenças depressivas causadas pela instabilidade econômica. Tudo isso eleva o turnover na companhia, gerando gastos com demissões, treinamentos realizados, custos operacionais de contratação, entre outros.
Assim, as lideranças devem elaborar ações como plano de carreira, política clara de pagamento, oportunidades de crescimento, além, é claro, da conscientização. Pensando nisso, é preciso aplicar um programa estruturado, com o intuito de mostrar ao time como realizar a mudança de comportamento. Palestras, workshops e cursos também são sempre bem-vindos.
Como cuidar melhor da bolsa-auxílio
Estamos nos aproximando do período de Copa do Mundo, Black Friday, Natal, Réveillon, férias escolares e, como aconselhado, de recesso remunerado também. Logo, nos próximos meses, muita gente aproveitará para viajar, festejar com familiares e amigos, aproveitar promoções, comprar presentes ou avançar em projetos pessoais. Porém, muita gente não consegue construir uma reserva para se divertir. De acordo com o S & P Ratings Services Global Financial Literacy Survey, o país ocupa o 74º lugar no ranking global de educação econômica.
Além de ser um hábito saudável para o bolso, esse conhecimento traz qualidade de vida e segurança, evitando endividamentos e situações constrangedoras. Sendo assim, algumas atitudes devem ser adotadas desde já para ter uma relação mais tranquila com o dinheiro. Um exemplo é sempre anotar os gastos. Registre as despesas, desde as recorrentes, como água e luz, até os pedidos esporádicos de delivery. Seja em uma planilha ou aplicativo no celular, é interessante criar esse hábito. Assim, também é possível enxergar o tamanho real de cada pagamento e ter mais clareza do panorama.
Também aconselho a ter muito cuidado com o cartão de crédito. Ele traz vantagens, como a possibilidade de parcelar compras ou um prazo maior para pagar. Entretanto, se não é usado com responsabilidade, pode se tornar um grande problema no orçamento. Por isso, é essencial estudar sobre esse assunto. Podemos viver em constante aprendizado. Conhecer boas práticas de organização e saber como poupar a remuneração mensal, qual a melhor forma de utilizá-la e até mesmo quando é o melhor momento para solicitar um empréstimo ou fazer investimentos são atitudes determinantes.
Com o planejamento das finanças, cuida-se da situação atual e programa os aportes futuros. O ideal é fixar um limite de gastos e comprar conscientemente, de acordo com suas possibilidades. Se você tem uma meta, deve adaptar sua rotina e seus recursos para alcançá-la. É necessário ter sempre em mente o seu orçamento e até onde se pode ir, sempre levando em conta a vontade de conseguir o sucesso. A vida de um aluno traz despesas peculiares como compra de livros, cópias de documentos, transporte, entre outros. No cotidiano, isso pode ser subestimado e acaba direcionando as economias para outros fins, muitas vezes não essenciais.
Se por qualquer motivo, como desemprego, mudança de estágio ou redução da renda, você enfrentar uma instabilidade, deve reavaliar seu estilo de vida para se adequar a uma nova realidade. Por isso, é crucial ter uma reserva. Se programe para separar uma quantia todo mês. Existem diversas soluções disponíveis para ajudar nesse desafio. Com o tempo, os resultados surgirão, fazendo a diferença no dia a dia.
Dessa forma, tendo uma entrega de ambas as partes, o efeito é extremamente positivo para o Brasil. Afinal, mantém-se um jovem na sala de aula e com poder de compra, conquistando a independência financeira. Assim, a economia e a educação do país só tendem a crescer. Conte com a Abres nesse processo. Estamos juntos!
Carlos Henrique Mencaci é presidente da Associação Brasileira de Estágios – Abres