Com a atuação, o jovem adquire conhecimentos práticos e recebe uma bolsa-auxílio capaz de potencializar seus estudos e a movimentar a economia.
Diante da pandemia, o sonho de conquistar o diploma, alcançar uma vaga de estágio e construir uma carreira para diversos jovens brasileiros esteve fragilizado. Isso porque com o alto índice de desemprego, muitos deles não conseguiram dar continuidade no financiamento dos aprendizados.
Esse impacto econômico tem grande importância para os acadêmicos, afinal, 70% dos universitários, por exemplo, conciliam os estudos e o ofício desde o começo do curso, de acordo com o estudo do DataPopular. Logo, no Brasil, a maioria dos graduandos precisa trabalhar para pagar a faculdade.
Pensando nisso, municípios com melhorias na educação básica implementadas, visando a redução da evasão escolar, tiveram um aumento de 200% nas taxas de emprego entre os novos e a ampliação de 15% nas matrículas no ensino superior. Esses são dados do levantamento feito pelo professor do Insper e da USP, Naercio Menezes Filho, junto ao aluno de mestrado da USP de Ribeirão Preto, Luciano Salomão. Inclusive, a ativista paquistanesa Malala Yousafzai, ganhadora do Prêmio Nobel da Paz em 2014, endereçou uma carta ao senado em fevereiro deste ano, pedindo por medidas com esse objetivo.
Nesse sentido, o foco da nação deve ser na educação da juventude. Por isso, no cenário atual é preciso oferecê-los recursos para o financiamento da universidade. Logo, o estágio é a alternativa para inserção desse público no mercado de trabalho. Afinal, o ato educativo escolar exige a matrícula em alguma instituição de ensino médio, técnico, superior ou nos dois anos finais da Educação de Jovens e Adultos (EJA). Esses são fatores essenciais, pois de acordo com pesquisa do Instituto Semesp, possuir uma graduação diminui em 54% as chances de ficar desempregado.
Benefícios do estágio
Ainda, a Lei do Estágio, 11.788/08, limita a carga horária em seis horas diárias e 30h semanais. Além disso, proíbe horas extras. Essa é uma forma do indivíduo organizar sua rotina entre a corporação e as aulas. Sobretudo, é mandatório o pagamento da bolsa-auxílio, do auxílio-transporte e recesso remunerado, no modelo extracurricular ou não-obrigatório – aquele válido como atividade opcional. Assim, ajuda-se a custear uma faculdade e até despesas domésticas.
Tais regulamentos foram criados visando facilitar a admissão da moçada. Afinal, ela é a parcela da população mais necessitada de uma chance no meio corporativo. Então, para impulsionar essas contratações, as entidades ficam livres de pagar encargos trabalhistas, tais como o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), ⅓ sobre as férias, 13º salário e eventual multa rescisória.
Ou seja, é uma relação de ganha-ganha e o objetivo é propagar o conhecimento de maneira estratégica, pois somente a educação é capaz de transformar essa e outras crises mundiais. A partir daí, vem a reestruturação das competências técnicas e até soft skills, muito abaladas frente a essa situação delicada a qual passamos.
Portanto, quem investe no estágio, potencializa a instrução da nação e promove o futuro. Faça parte desse projeto e conserve nossa garotada aprendendo. Vamos lutar pelo Brasil juntos!
Carlos Henrique Mencaci é presidente da Abres – Associação Brasileira de Estágios