Modalidade garante desenvolvimento para carreira e também auxilia na independência financeira
O cenário econômico brasileiro e mundial sofreu duramente com o início da pandemia. O desemprego atingiu uma boa parte da população e, para os jovens, as circunstâncias são ainda mais difíceis. Isso porque a taxa de desocupação para essa parcela chega a dobrar em relação à estatística geral, segundo o IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.
Para se ter uma ideia, 31% de quem tem entre 18 e 24 anos está fora do mercado de trabalho. Isso impacta diretamente no desenvolvimento do país, afinal, o futuro de uma nação está na juventude.
Diante dessa triste realidade, o estágio surge como uma alternativa e um meio de reverter a situação. Do ponto de vista dos millennials, por exemplo, segundo estudo da Deloitte, cerca de 38% da geração tem como um grande medo enfrentar a falta de empregos.
Estágio como solução
De acordo com a Lei 11.788/2008, quem estagia tem direito ao recebimento de uma bolsa-auxílio, bem como auxílio-transporte, seguro contra acidentes pessoais, recesso remunerado e carga horária reduzida. O pagamento não é chamado de salário porque a modalidade não gera vínculo empregatício, ou seja, não é assinada na CLT.
Para entender o impacto positivo desse projeto no país, é preciso ter em mente: esse tipo de contratação é destinado apenas para quem estuda. Logo, é necessário estar matriculado e frequentando uma instituição de ensino superior, técnico, médio ou nos dois anos finais do nível fundamental pela Educação de Jovens e Adultos (EJA).
A proposta é justamente facilitar o desenvolvimento acadêmico e profissional desse indivíduo, garantindo sua inserção no universo empresarial de sua área. Ele poderá unir os conteúdos aplicados em sala de aula com a prática corporativa, acrescentando aprendizados atualizados às companhias e aprimorando habilidades tanto técnicas, quanto comportamentais.
Essa é a grande aposta para garantir profissionais aptos e capacitados, porque as oportunidades abrem portas e caminhos prósperos para muitos indivíduos. Isso porque, além da evolução de conhecimentos, com o investimento recebido pela bolsa-auxílio, o estagiário pode dar seus primeiros passos na independência financeira e até mesmo para manter seus estudos.
Dar poder de compra para a nação é uma excelente maneira de fazer a roda da economia girar com força total. O dispositivo legal ainda garante diversas vantagens para quem contrata: como a admissão não é realizada pela lei trabalhista, há isenção de pagamento dos encargos, como FGTS, INSS, 13º salário, ⅓ sobre férias e verbas rescisórias.
É uma grande relação de ganha-ganha e uma excelente alternativa para diminuir o impacto da pandemia e construir, consequentemente, uma realidade mais positiva para todos os brasileiros. Portanto, o apelo para as corporações é: abram suas portas para os estudantes!
*Carlos Henrique Mencaci é presidente da Abres – Associação Brasileira de Estágios